tag:blogger.com,1999:blog-7767827352868364926.post1555152719109437658..comments2023-03-23T10:48:28.070+00:00Comments on Logos-ECB: Retórica da fragilidadeUnknownnoreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-7767827352868364926.post-92187952305093796532009-01-09T18:56:00.000+00:002009-01-09T18:56:00.000+00:00Ana, como leste o "Triunfo dos porcos", escreve qu...Ana, como leste o "Triunfo dos porcos", escreve qualquer coisa para o blogue para incentivar mais colegas a lê-lo, sendo que conseguiste relacionar o seu conteúdo com a questão da manipulação retórica. Que tal?<BR/><BR/>P.S.: A disciplina de filosofia não era específica dos cursos de ciências naturais, apenas de alguns cursos de ciências sociais e humanas. E tratava-se da disciplina de filosofia do 12º ano. Estou a pensar nos cursos de Direito, Antropologia, Psicologia, Sociologia, Ciências da Educação, ... que necessitavam como prova de ingresso o exame nacional de filosofia (entre outras disciplinas).Valter Boitahttps://www.blogger.com/profile/12144843850379701763noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7767827352868364926.post-73568082982144990652009-01-09T16:36:00.000+00:002009-01-09T16:36:00.000+00:00Antes de mais tenho de esclarecer que, de facto, e...Antes de mais tenho de esclarecer que, de facto, eu me referia à retórica manipuladora, e não à persuasiva. Em segundo, tomo os Porcos como sendo os da obra de Orwell que, dentro do pouco que li sobre política, foram dos ditadores que mais firmemente vingaram a sua posição por meio de retórica puramente manipuladora (isto, claro, depois de terem passado a fase da surpresa em que ainda não se prescindia da retórica persuasiva).<BR/><BR/>Como pode calcular, sem pouco ou nada de ingresso em universidades, a minha posição relativamente aos exames nacionais advém apenas da minha experiência enquanto aluna; desconhecia mesmo que para um curso de ciências naturais esse exame alguma vez tivesse sido obrigatório.Ana Luísa Pereirahttps://www.blogger.com/profile/18098275295343847161noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7767827352868364926.post-42094604977622851312009-01-09T15:14:00.000+00:002009-01-09T15:14:00.000+00:00Olá Ana!Apenas um reparo: a retórica pode ser usad...Olá Ana!<BR/><BR/>Apenas um reparo: a retórica pode ser usado para persuadir racionalmente ou para manipular. Retórica não é sinónimo de manipulação, mas antes a arte de bem falar com intuito de persuadir. Essa persuasão pode ser feita de um modo racional e critico ou de um modo manipulador.<BR/><BR/>Quando falas dos "porcos" estás a referir-te ao livro de Orwell, certo? É que quem ler o teu comentário perde-se nos meandros semânticos do termo! :)<BR/><BR/>O exame nacional é um modo objectivo de aferir as competências dos alunos. Estas podem ser avaliadas a partir de muitas estratégias, mas o exame nacional é uma via segura para se saber se um aluno que pretende ingressar no curso Y tem ou não aptidões suficientes para tal. Para isso, há que arranjar uma estratégia mais uniforme de avaliar os alunos segundo o mesmo modelo nas disciplinas específicas. <BR/><BR/>O que aconteceu de errado com a filosofia foi o facto de os professores universitários de determinados cursos (Direito, Ciência Política, ...) de ciências sociais e humanas quererem saber o nível dos alunos nas competências filosóficas (argumentação, avaliação crítica, avaliação de argumentos e de teorias) e conteúdos filosóficos. Aquando da suspensão e, posterior extinção, do exame nacional, alguns professores universitários (mesmo os das ciências naturais) mostraram o seu descontentamento. <BR/><BR/>Na verdade, quer haja exame ou não, os conteúdos continuam a ser leccionados do mesmo modo, mas os alunos podem assumir atitudes mais laxistas e desconsiderar uma disciplina que não é sujeita a avaliação externa e nem lhes serve de ingresso (como sempre serviu) para a faculdade.<BR/><BR/>P.S. Naturalmente que o recurso a figuras de estilo pode não só embelezar um discurso, mas esclarecer uma determinada ideia. Quando uma ideia está bem clara para o orador e necessita de ser explicitada ao auditório com o intuito de o persuadir racionalmente, aguardando que este a refute, as figuras de estilo tornam-se meros adereços.Valter Boitahttps://www.blogger.com/profile/12144843850379701763noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7767827352868364926.post-75258262544731598112009-01-08T20:04:00.000+00:002009-01-08T20:04:00.000+00:00Boa tarde,Certamente já percebeu que eu não podia ...Boa tarde,<BR/><BR/>Certamente já percebeu que eu não podia estar mais de acordo. Simplesmente, não há como contestar a sua posição; acontece que, infelizmente (e como observámos hoje) a retórica tende a dominar: é mais fácil manipular que persuadir racionalmente. E entendo por manipular o uso de, como disse, a arte de bem escrever de forma a que alguém fique tão embevecido com palavras bonitas que aceita determinada posição sem a questionar (o caso dos ditadores, dos porcos, dos políticos em geral); a mesma arte que nos permite usar figuras de estilo simpáticas. No entanto, quanto a estas últimas, parece-me que, por vezes, é necessário recorrer a comparações e antíteses, só assim parece ser possível realizar convenientemente uma objecção; o eufemismo, por sua vez, pode ser visto como "bipolar", ou seja, se, por uma lado pode ser usado, à semelhança da metáfora, para iludir, por outro, pode evitar que certas ideais sejam entendidas como insultos; parece-me, portanto, que no caso do eufemismo há que ter muito cuidado mas também não é preciso excluí-lo até porque, por uma questão de educação, devemos escolher formas suaves de dizer verdades inconvenientes a pessoas que possam não estar preparadas para essas mesmas verdades se estas forem apresentadas de uma forma crua. <BR/>Não defendo, obviamente, que os alunos façam uso deste recurso estilístico num teste (afinal, pretende-se, com a filosofia, que consigamos persuadir racionalmente em vez de nos tornarmos meros retores, como referiu no texto), mas compreendo, de certa forma, a necessidade que alguns filósofos possam sentir em usar tais "trocas". O que continua a não ser justificável é o facto de as palavras serem usadas para iludir, manipular, em vez de abrirem na mente do púlpito espaço para o desenvolvimento de uma actividade crítica.<BR/><BR/>Quanto à última parte, relativa aos exames nacionais de Filosofia, já não sei se posso concordar... Considero que seria importante prolongar o ensino da disciplina no curso de Ciências até ao 12º, mas mecanizaríamos a sua aprendizagem se estivesse em vista um exame nacional. De um modo geral, nas disciplinas sujeitas a exame nacional, o ensino é sempre feito segundo regras que, para além do programa, superam demasiado a vontade do professor.Ana Luísa Pereirahttps://www.blogger.com/profile/18098275295343847161noreply@blogger.com