30.1.10

Um "argumento" contra o determinismo radical

«Quando alguém se esforçar por te negar que nós, seres humanos, somos livres, aconselho-te a que lhe apliques a prova do filósofo romano. Na Antiguidade, um filósofo romano estava a discutir com um amigo que negava a liberdade humana e garantia que, para todos os homens, não há maneira de evitar fazer o que fazem. O filósofo pegou no seu bastão e começou a dar-lhe pauladas com toda a força que tinha, 'já chega, não batas mais!', dizia-lhe o outro. E o filósofo, sem deixar de surrá-lo, continuou a argumentar: 'Não dizes que não sou livre e que quando faço uma coisa não posso evitar fazê-la? Pois então não gastes saliva a pedir-me que pare: sou automático'. Até que o amigo reconheceu que o filósofo podia livremente deixar de bater-lhe, e só então o filósofo deu descanso ao seu bastão. A prova é boa, mas só deves administrá-la em casos extremos e sempre com amigos que não saibam artes marciais...»
Fernando Savater, Ética Para um Jovem, Editorial Presença, pág. 25


5 comentários:

  1. Bem lembrado, Graça!
    Bom fim de semana

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  2. Olá, de facto nada melhor que uma "experiência empírica" para nos fazer compreender certas coisas. Como diria Hume, tudo começa com a experiência...
    Cumprimentos e bom domingo.

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  3. O filósofo teve uma boa idéia para demonstrar que não somos determinados. Essa acção é boa mas devemos ter cuidado ao aplica-la.


    João Ribeiro

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  4. ah ah é realmente uma boa maneira de provar que temos livre arbitrio
    um bocado extrema mas ainda assim genial...
    Bom Fim de semana professora Graça :)

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  5. isto não é um exemplo contra o determinismo,,,,
    pois se isso acontecesse com outra pessoa moralmente mais negativa demoraria mais tempo a dexar de bater e o tempo que bate é determinado pela pessoa, pela maneira de ser e pela maneira de pensar.
    Imaginem que a pessoa a quem se bate é desconhecida a nossa personalidade levaria a que lhe batessemos mais ou nao e isso esta determinado por cada um.

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