1.3.12

Debate sobre problemas decorrentes dos jogos on-line

Paul Cézanne, Os Jogadores de Cartas (1890)

As apostas on-line são hoje uma realidade para muitos jovens desde muito cedo. Num sentido geral o jogo faz parte da vida. Evoluiu com a cultura ao longo do tempo está presente nas celebrações, nas relações com a natureza, com o sagrado, na guerra. O Homo Sapiens Sapiens é Homo Ludens. As crianças aprendem brincando mas também os adultos gostam de jogar. O jogo tem assim um importante papel pedagógico e de socialização.
À medida que a vida se complexifica também se complexificaram os jogos. Hoje, há jogos para todos os gostos. Há quem jogue responsavelmente e há pessoas para quem o jogo se transformou num problema. A partir de 1980 a Ludopatia (perturbação ou adição ao jogo) foi incluída oficialmente nas patologias e reconhecida desde 1992 pela OMS. Não há dados rigorosos mas estima-se que dois a três por cento da população tem problemas com o jogo. Há jogos legais e jogos ilegais, há jogos meramente lúdicos e jogos mais problemáticos.

O tema do debate é refletir e discutir os limites éticos e políticos da liberdade individual de um jogador que apresente um comportamento problemático. Por que razão é problemático? Que tipos de raciocínio estarão subjacentes a este tipo de comportamento? Serão raciocínios válidos? Que acções poderão ser consideradas responsáveis e irresponsáveis? Que acções podemos considerar como envolvendo somente os interesses pessoais do jogador, aquelas que causam dano apenas ao sujeito nelas envolvido, e as acções que podem prejudicar os outros? O que se entende por dano? Não acontece em muitos casos que um jogador pode transformar a sua vida e a dos seus familiares num inferno? Arriscar o seu futuro devido ao seu problema? Este não o tornará menos capaz de contribuir para a sociedade com o seu trabalho? Por exemplo, se um jogador for convencido, contra os seus melhores interesses, a apostar todo o seu dinheiro, representa esta atitude o exercício da sua liberdade, a afirmação da sua dignidade? Haverá alguma razão ética para intervir na liberdade individual nesta situação? Teremos algum dever ético para com essa pessoa ou pelo contrário não há nenhuma razão ética que legitime a nossa intervenção? Se tivermos algum dever ético, que tipo de dever será esse? 


Estas e outras questões serão debatidas dia 21 de Março,  pelas 10:10 horas, (durante a semana cultural) na sala polivalente do Centro Cultural Gonçalves Sapinho. Se está interessado, informe-se junto do seu professor de Filosofia.