14.10.14

Hannah Arendt




Comemora-se hoje o 108º aniversário do nascimento de Hannah Arendt. Nascida em Linden, na Alemanha, a 14 de outubro de 1906, veio a falecer em Nova Iorque, nos Estados Unidos, a 4 de dezembro de 1975 e foi uma filósofa política alemã de origem judaica.
A privação de direitos e perseguição na Alemanha de pessoas de origem judaica a partir de 1933, assim como o seu breve encarceramento nesse mesmo ano, fizeram-na decidir emigrar. O regime nazi retirou-lhe a nacionalidade em 1937, o que a tornou apátrida até conseguir a nacionalidade norte americana em 1951.
Trabalhou, entre outras atividades, como jornalista e professora universitária e publicou obras importantes sobre filosofia política.
Ainda em 1963, lançaria Eichmann em Jerusalém, que reúne os cinco artigos que escreveu sobre o julgamento de Eichmann, que cobriu para a revista The New Yorker. Nesse livro, Eichmann não é retratado como um demónio (como o descreviam os ativistas judeus) mas alguém terrível e horrivelmente normal. Um típico burocrata que se limitara a cumprir ordens, com zelo, por amor ao dever, sem considerações acerca do bem e do mal.
No livro, Arendt aponta ainda a cumplicidade das lideranças judaicas com os nazis. Esta perspetiva valer-lhe-ia críticas violentas das organizações judaicas e, geralmente, incompreensão noutras comunidades culturais e mesmo entre alguns académicos.
Arendt analisa o mal quando este atinge grupos sociais ou o próprio Estado. Segundo a filósofa, o mal não é uma categoria ontológica - não é radical - não é natural, nem metafísico, é político e histórico - é banal - é produzido pelos homens e manifesta -se onde e quando encontra espaço institucional para isso, como causa de uma escolha política. A trivialização da violência corresponde, para Arendt, ao vazio de pensamento, onde a banalidade do mal se instala.
Assim, não só naquelas terríveis circunstâncias históricas mas em outros contextos políticos e sociais é comum encontrarmos pessoas normais, horrivelmente normais, capazes de cometer as maiores atrocidades contra os seus semelhantes, sem consciência do bem nem do mal - simples burocratas, amanuenses acríticos, sem qualquer apreço pela verdade ou sentido de justiça.
Aconselho-vos o visionamento do filme «Hannah Arendt», de Margarethe Von Trotta,
com Barbara Sukowa, no papel da filósofa.

 

5.10.14

Dia Mundial do Professor


O Dia Mundial do Professor celebra-se anualmente no dia 5 de Outubro. Neste dia homenageia-se todos os que contribuem para o ensino e educação da sociedade. Presta-se homenagem a todos aqueles que escolheram o ensino como forma de vida e que dedicam o seu dia-a-dia a ensinar crianças, jovens e adultos.
A data foi criada pela UNESCO em 1994 com o objetivo de chamar atenção para o papel fundamental que os professores têm na sociedade e na instrução da população.
 
Embora não seja uma publicação no âmbito específico da filosofia, não quis deixar de vos lembrar a importância deste dia para mim e para  todos os meus colegas que desempenham, com orgulho e prazer, esta profissão.

1.10.14

Lei que criminaliza maus-tratos contra animais entra hoje em vigor


Na sequência da proposta de projeto de lei AQUI divulgada, entra hoje em vigor a legislação, publicada em Diário da República, a 29 de agosto, que criminaliza os maus-tratos contra animais.

A lei prevê que quem, sem motivo legítimo, infligir dor, sofrimento ou quaisquer outros maus-tratos físicos a um animal de companhia seja punido com pena de prisão até um ano ou com pena de multa até 120 dias.

A mesma lei indica que para os que efetuarem tais atos, e dos quais resultar a morte do animal, a privação de importante órgão ou membro ou a afetação grave e permanente da sua capacidade de locomoção, serão punidos com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa até 240 dias.

Em relação aos animais de companhia, a lei determina que, quem, tendo o dever de guardar, vigiar ou assistir animal de companhia, o abandonar, pondo desse modo em perigo a sua alimentação e a prestação de cuidados que lhe são devidos, seja punido com pena de prisão até seis meses ou com pena de multa até 60 dias.

O projeto-lei que criminaliza os maus tratos animais foi aprovado no parlamento com os votos favoráveis do PSD, PS, PEV, BE e do CDS-PP, bancada que registou dois votos contra e duas abstenções.
Os deputados do CDS-PP Abel Baptista e Hélder Amaral votaram contra o novo regime sancionatório e Cecília Meireles e Michael Seufert abstiveram-se, anunciando a entrega de declarações de voto.
O PCP também optou pela abstenção por considerar que o problema dos maus tratos a animais deve ter como resposta prioritária "medidas preventivas" e por discordar da "criminalização que impõe a aplicação de penas de prisão.

A evolução é lenta e a lei tem ainda um curto âmbito de aplicação, uma vez que apenas abrange os animais de companhia. Faltam mais passos no sentido de que todos os animais sejam abrangidos por medidas de proteção adequadas.
(Informação retirada de SIC Notícias)