13.12.10

Ser consequente

Vincent Van Gogh, O semeador, 1888

«Ser consequente é a maior obrigação de um filósofo e a que mais raramente se encontra. As antigas escolas gregas fornecem-nos disso mais exemplos do que aqueles com que deparamos na nossa época sincretista, em que se fabrica um certo sistema de coligação de princípios contraditórios, repleto de desonestidade e de ligeireza, porque convém mais a um público que se contenta com saber de tudo alguma coisa, sem nada saber em suma, e com lançar a sua mão a todas as coisas.»
Kant, Crítica da Razão Prática, ed. 70, p. 35

3.12.10

Serão todas as acções explicadas em função do interesse pessoal?

O egoísmo psicológico é uma teoria descritiva sobre o comportamento humano. Segundo o egoísmo psicológico todas as acções são egoístas e as pessoas agem sempre em função do seu próprio interesse pessoal e para seu próprio benefício, ou seja, um acto egoísta é quando o agente deseja com a acção algo de bom para si, a acção tem como motivos o interesse pessoal do agente e tem como finalidade o seu prazer, a preocupação com os outros é uma ilusão. O egoísmo psicológico defende que todas as acções são egoístas, porque faz parte da natureza humana e que a realização de actos supostamente altruístas produz uma grande satisfação no agente, um estado de consciência aprazível e, por isso, o verdadeiro motivo desses actos não é fazer bem aos outros, mas produzir esse estado de consciência no próprio agente.

Eu discordo com as pessoas que defendem o egoísmo psicológico e com a teoria de que todas as acções são egoístas, pois a maioria das acções são egoístas mas nem todas o são. Se o egoísmo psicológico defendesse que algumas ou a maioria das acções são egoístas, nesse caso eu concordaria completamente.

Só por as pessoas agirem segundo os seus desejos não significa que estejam a agir de uma maneira egoísta, pois depende do que cada um deseja, se uma certa pessoa quiser o bem e a felicidade de outras pessoas, e se agir segundo esses desejos, então a sua acção não é egoísta. Quando um egoísta psicológico diz que um acto de virtude ou amizade é acompanhado por um prazer secreto é mentira, porque a paixão ou outros sentimentos produzem prazer, e não surgem a partir dele, ou seja, sinto prazer ao fazer bem a um amigo porque gosto dele e sinto amizade por ele, mas não gosto dele por causa desse prazer.
Concluindo, mesmo que as pessoas sintam prazer a fazer bem aos outros isso não significa que a vontade de obter esse prazer tenha sido a causa ou o motivo da acção praticada, pois o prazer pode ter sido um efeito ou uma consequência da acção. Há várias objecções e razões fortes aos argumentos favoráveis ao egoísmo, uma razão por exemplo é a falta de poder explicativo por parte do egoísmo psicológico. Dando o exemplo de Lincoln que quando viajava mandou parar a carruagem e foi salvar os leitões de uma porca que estavam quase a afogar-se, e como Lincoln defendia o egoísmo psicológico explicou a sua acção dizendo que ficaria com a consciência pesada durante o resto do dia se não tivesse salvado os leitões, logo praticou a sua acção de salvar os leitões para não ficar com a consciência pesada, ou seja, praticou a acção para seu próprio interesse pessoal. Eu discordo com esta explicação dada por Lincoln, pois se Lincoln fosse realmente egoísta não ficaria com a consciência pesada por não ter salvo os leitões, porque os egoístas não se preocupam com o bem dos outros a não ser o seu.
Rui Mendes, 10.º D

1.12.10

Dia Mundial da luta contra a SIDA 2010


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