
A Homossexualidade não é uma condição do nosso tempo. Embora hoje se fale mais abertamente a verdade é que a homossexualidade sempre existiu embora por vezes os homossexuais tenham sido ostracizados em algumas culturas em determinadas épocas. Virginia Woolf, Elizabeht Bishop, Marguerite Yourcenar, Greta Garbo, Oscar Wilde, Tchaikovsky, Leonardo Da vinci, Lord Byron, William Shakespeare, Michelangelo, entre muitos outros, foram famosos homossexuais.
Não se trata de uma simples escolha, doença ou aberração, mas uma condição natural que deve ser encarada a par da heterosexualidade pois têm a mesma origem e razão de ser. Ainda hoje, muitas pessoas e mesmo em algumas sociedades ou culturas - a homossexualidade é motivo para pena de morte no Irão, por exemplo, discriminam aquela condição. Em parte devido à educação que tiveram. Esta transmitiu-lhes (e transmite muitas vezes), a mensagem de que a homossexualidade é uma coisa anormal, doentia, depravada e repugnante. Anormal porque é contra a natureza ou à vontade divina, doentia e depravada porque não tem qualquer propósito além do prazer. Estes argumentos naturalistas, religiosos ou com base nas regras sociais reflectem apenas preconceitos. Em primeiro lugar o que é a normalidade? Este é um conceito relativo e circunstancial. É a diferença e a singularidade que definem a condição humana não a homogeneidade. Neste sentido o que é normal é a diferença. É certo que todos temos necessidade de termos algo em comum numa comunidade, mas esta caracteriza-se pela multiplicidade e heterogeneidade. A homogeneidade é redutora e assustadora quer na natureza quer na cultura. O argumento religioso não é forte, é um argumento baseado na autoridade dos livros religiosos. Afinal por que razão atribuímos autoridade à Bíblia (ou outros livros religiosos)? Por ser um livro inspirado por Deus. E como sabemos da existência de Deus? Com base na Bíblia. Além disso os princípios éticos não devem depender só da vontade de Deus senão tornam-se arbitrários. Quem condena a homossexualidade com base no argumento de que “o prazer pelo prazer” é algo condenável em si mesmo, está a raciocinar mal. Procurar ser feliz, ter uma vida aprazível é um direito de todos nós. O facto do prazer não ser algo condenável em si mesmo não implica que valorizemos apenas o prazer, que sejamos meramente hedonistas. Além disso a sexualidade não se limita à procriação não é apenas um meio ao serviço da preservação da espécie, faz parte da nossa condição.
Ser homo ou heterossexual é um assunto privado que apenas diz respeito a cada um de nós. A orientação sexual das pessoas não deve ser limitadora dos seus direitos e deveres nem deve ser julgada de ânimo leve. Temos de ter presente que faz parte de quem somos, da nossa identidade. Rejeitá-la é condenar e destruir o nosso ser. Penso assim que a homossexualidade deve ser vista como apenas uma condição do ser e uma forma de viver.
Rute Madaleno 11.º E