6.1.12

Uma definição de Filosofia

Bons dias, meus caros!
Quando nos deparamos com a definição de Filosofia - ou como mais informalmente dizemos: “O que é, afinal, a Filosofia?” – temos tendência a avaliá-la, primeiramente, como algo difícil de definir e abstrato, e, logo após isto, tomamo-la como algo estranha e desnecessária.
Imagine-se que uma criança nos pergunta o que é o céu. Perante esta questão, direcionada por alguém tão ingénuo, obviamente que é errado responder cientificamente – dizendo que o céu é a camada de gases que envolve a Terra, sendo que é principalmente constituída pelo elemento químico azoto -, dado que a criança, à partida, não possui conhecimentos suficientes para compreender esta definição.
Posto isto, e para uma melhor compreensão do que é o céu, não iremos definir cientificamente o conceito céu, mas sim caracterizá-lo e, desta forma, explicá-lo, para que a criança nos entenda.
Com isto, admitamos que hoje todos vós sois crianças e que se encontram neste preciso local, uma vez que a vossa curiosidade problematizou, filosoficamente, o conceito FILOSOFIA. Perante tal problematização, e tal como faríamos com a criança e o céu, ao invés de incerta e cientificamente vos definir Filosofia, irei cuidadosamente caracterizá-la para que a entendam melhor.
Pois bem, vamos tentar então entender esta tão polémica questão que envolve o conceito de Filosofia subordinado a uma ideia falaciosa da sua insignificância.

A Filosofia é uma atividade que exige sentido crítico, por parte de quem a faz ou a tenta fazer, baseando-se na adoção de uma atitude problematizadora perante as várias ideias que nos são transmitidas pelo “mundo lateral” por forma a compreendê-las - isto é, a Filosofia é a atividade que procura estudar e compreender cuidadosa e imparcialmente determinadas ideias, com a finalidade de não só determiná-las verdadeiras ou falsas, mas como também entender a sua natureza. Assim, a atividade filosófica, tal como já referi, exige uma tomada de posição - um sentido crítico - que, quando defronte uma ideia menos plausível ou infundada, se parte para a problematização da realidade adjacente a essa ideia por forma a percebê-la melhor e deste modo chegar a conclusões proveitosas. Deste modo, estamos a conhecer o problema inerente a essas ideias e por conseguinte uma solução, criando, assim, uma conceção original e da nossa autoria sobre essa determinada ideia.
A Filosofia caracteriza-se, ainda, por ser um estudo predominantemente “a priori”; é um estudo que problematiza as ideias levando a cabo a análise dessas mesmas ideias de uma forma conceptual, determinada pela discussão, argumentação e pensamento crítico – que na verdade, se opõe à ciência, visto que a Filosofia não se baseia nas provas empíricas e nos seus resultados (no entanto, a mesma não despreza o conhecimento “a posteriori”, uma vez que este tipo de conhecimento ajuda a filosofia a fundamentar os seus argumentos por meio de dados factuais), mas sim numa problematização de ideias que tem por objetivo uma procura sistemática de respostas a determinados problemas, através da atitude filosófica.
Em última análise e concluindo, a Filosofia é caracterizada, sucintamente, por ser uma atividade que exige a tomada de posição em relação a determinadas ideias, problematizando desta forma as nossas crenças mais básicas, através de uma posição problematizadora, exigindo a adoção de uma atitude crítica e filosófica que tem por base a análise, analisando-as de uma forma cuidadosa e imparcial, com o propósito de determinar o seu valor de verdade; sendo, por natureza, um estudo “a priori” que leva a cabo a sua investigação de carácter zetético por meio da argumentação, pensamento e discussão crítica.
Pedro Constantino, 10.º C

1 comentário:

Soledade disse...

Gostei de ler, Pedro. Parabéns!