1.9.20

O Burro de Buridan

 

O paradoxo conhecido como o asno de Buridan não foi originado pelo próprio Buridan (1300-1358). Surge na obra 'De Caelo', de Aristóteles (IV a.C.) na qual o autor pergunta como um cão, diante de duas refeições igualmente tentadoras, poderia racionalmente escolher entre elas.

Buridan em nenhum momento discute este problema específico, mas sua relevância é que ele defende um determinismo moral pelo qual, salvo por ignorância ou impedimento, um ser humano diante de cursos alternativos de ação deve sempre escolher o maior bem.

Buridan defendia que a escolha devia ser adiada até que se tivesse mais informação sobre o resultado de cada ação possível.

Escritores posteriores satirizaram este ponto de vista imaginando um burro que, diante de dois montes de feno igualmente acessíveis e apetitosos, deveria deter-se enquanto pondera por uma decisão. Sendo incapaz de decidir-se por um dos montes, acabaria por morrer de fome.

As nossas escolhas e decisões poderão sempre beneficiar de uma cuidadosa ponderação. Essa não deverá, no entanto, inibir a ação, excepto se essa for efetivamente a melhor escolha.


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