18.4.11

Discriminação e Homossexualidade

A Homossexualidade não é uma condição do nosso tempo. Embora hoje se fale mais abertamente a verdade é que a homossexualidade sempre existiu embora por vezes os homossexuais tenham sido ostracizados em algumas culturas em determinadas épocas. Virginia Woolf, Elizabeht Bishop, Marguerite Yourcenar, Greta Garbo, Oscar Wilde, Tchaikovsky, Leonardo Da vinci, Lord Byron, William Shakespeare, Michelangelo, entre muitos outros, foram famosos homossexuais.


Não se trata de uma simples escolha, doença ou aberração, mas uma condição natural que deve ser encarada a par da heterosexualidade pois têm a mesma origem e razão de ser. Ainda hoje, muitas pessoas e mesmo em algumas sociedades ou culturas - a homossexualidade é motivo para pena de morte no Irão, por exemplo, discriminam aquela condição. Em parte devido à educação que tiveram. Esta transmitiu-lhes (e transmite muitas vezes), a mensagem de que a homossexualidade é uma coisa anormal, doentia, depravada e repugnante. Anormal porque é contra a natureza ou à vontade divina, doentia e depravada porque não tem qualquer propósito além do prazer. Estes argumentos naturalistas, religiosos ou com base nas regras sociais reflectem apenas preconceitos. Em primeiro lugar o que é a normalidade? Este é um conceito relativo e circunstancial. É a diferença e a singularidade que definem a condição humana não a homogeneidade. Neste sentido o que é normal é a diferença. É certo que todos temos necessidade de termos algo em comum numa comunidade, mas esta caracteriza-se pela multiplicidade e heterogeneidade. A homogeneidade é redutora e assustadora quer na natureza quer na cultura. O argumento religioso não é forte, é um argumento baseado na autoridade dos livros religiosos. Afinal por que razão atribuímos autoridade à Bíblia (ou outros livros religiosos)? Por ser um livro inspirado por Deus. E como sabemos da existência de Deus? Com base na Bíblia. Além disso os princípios éticos não devem depender só da vontade de Deus senão tornam-se arbitrários. Quem condena a homossexualidade com base no argumento de que “o prazer pelo prazer” é algo condenável em si mesmo, está a raciocinar mal. Procurar ser feliz, ter uma vida aprazível é um direito de todos nós. O facto do prazer não ser algo condenável em si mesmo não implica que valorizemos apenas o prazer, que sejamos meramente hedonistas. Além disso a sexualidade não se limita à procriação não é apenas um meio ao serviço da preservação da espécie, faz parte da nossa condição.


Ser homo ou heterossexual é um assunto privado que apenas diz respeito a cada um de nós. A orientação sexual das pessoas não deve ser limitadora dos seus direitos e deveres nem deve ser julgada de ânimo leve. Temos de ter presente que faz parte de quem somos, da nossa identidade. Rejeitá-la é condenar e destruir o nosso ser. Penso assim que a homossexualidade deve ser vista como apenas uma condição do ser e uma forma de viver.


Rute Madaleno 11.º E


Trabalho originalmente publicado no jornal Toque de Saída, n.º 16

2 comentários:

Anónimo disse...

Claro que a espécie humana pode ser caracterizada pela sua heterogeneidade e singularidade, o que não significa que o normal é ser-se diferente, só o é dependendo da especificidade de sentido que deres a "diferença". Como dizes somos caracterizados pelas nossas diferenças, mas isso é relativo. Ao dizeres : "somos caracterizados pelas nossas diferenças e heterogeneidade", podes dizer que temos todos um sexo diferente como podes estar a dizer que temos todos um cód. genético diferente. A normalidade na espécie humana consiste em ser-se muito diferente dos outros... mas também limitando-nos à nossa natureza, senão seria completamente anormal. Porque se "normalidade" é relativo nada se pode considerar normal sem ter um contexto ou uma referência, e se tal é verdade não há anormalidade fora de um contexto. E se isto é verdade repara: um menino que cresceu nas ruas a ser educado para roubar telemóveis cresce e rouba uma tampa de telemóvel. Tal comportamento é anormal para ti e para a tua comunidade (senão for para ti é para outra pessoa) mas para ele é mais do que normal, é casual! E se tal comportamento é normal nele, deve-lo deixar andar a roubar por aí porque para ele isso é tão normal como para alguém é normal atar os sapatos, e portanto ninguém tem o direito de o forçar a entrar noutro conceito de normal: (não roubar) deve-lo deixar de parte porque apenas faz o normal como outro também o faz. Mesmo que algo seja errado, pode ser normal: Errar é humano, errar é normal. E isto até nós (desta comunidade mais civilizada) aceitamos, quanto mais ser normal numa comunidade onde se cresce a ver roubar, roubar uma tampa de telemóvel. Mas se não o podes julgar e tens de aceitar o que ele faz (roubar) estás a errar! Mas porque será errado? Porque ele não está a agir em prol do bem (do bem no contexto da nossa referência). E isto é relativo porque depende do "tema" a que te referes, roubar é errado porque não é algo que traz o bem ( a quê?) à comunidade, contudo já é indiferente se te referires à economia dum pais do outro lado do mundo, nesse caso roubar aqui é indiferente para a economia de lá. Depois de tantos exemplos acho que já me justifico se disser que normal não é coisíssima nenhuma ser diferente na vida reprodutiva ou sexual ou só no "estilo de vida sexual" , só é se não implicar sair do limite da natureza humana, isto porque tratamos de {sexualidade, organismo humano, vida feliz}, ou seja pessoa(= tema), e sendo assim, fugir do sentimento que nos é inato e dado pela espécie, como o da atração ao sexo oposto, etc... é algo que que não, não e normal porque foge do seu conceito de normal, mais uma vez porque referimo-nos a estilo de vida humana, e homossexualidade que foge do referido acima não é normal, apenas o é dentro de um contexto que não se refere a "humano" ou "homem".
Quero que saibas que tal não significa tratar mal de qualquer maneira que for os homossexuais, apenas os ajudar a ver porque que é que de facto são homos. porque se analisares bem a natureza mental da cond. homossexual, talvez seja verdade que apenas é uma psicose relacionada com infância/adoslescência. O que não é normal, mas não devem ser por isso os homos. ser maltratados ou de qualquer forma excluídos, apenas ( se o que digo for verdade) devem ser educados, em alguns casos de homossexualidade que bem podes imaginar, a psicanálise cura tudo! E sim a sexualidade como tu muito bem dizes faz parte da nossa condição o que não quer dizer que a exploremos de qualquer maneira ou com qualquer pessoa. Pareces-me ser muito inteligente e não quero de maneira nenhuma menosprezar o teu trabalho, apenas tratas-te de um assunto com ainda muito para discutir.

Anónimo disse...

Mas se há algo que nos pode levar a virar para o outro sexo talvez seja só algo derivado de um disturbio, como simplesmente viver num ambiente em que a homossexualidade é o caminho mais fácil que a pessoa se torna um (acaba em psicose), mas é tão contra a espécie, contra a boa vida das pessoas que não... não pode ser, temos de ajudar, como ajudamos tanta gente, tantos amigos a ver a verdade quando estão a errar.