3.4.09

Será possível viver em democracia sem a praticar?












Numa democracia a soberania é exercida pelo povo directa ou indirectamente. Um discurso manipulador pretende fazer com que um auditório pense da mesma maneira que o orador, sem este lhe mostrar as razões para tal. Um discurso persuasivo tem este mesmo objectivo, no entanto, dá ao auditório razões válidas para este pensar e agir dessa forma.
Em qualquer tipo de democracia são precisos cidadãos activos e livres. É impossível a prática de uma democracia directa se os cidadãos não comparecessem ao parlamento, mas também não é possível uma democracia indirecta na qual os cidadãos não exerçam o direito ao voto. Mas, para além de activos, estes devem ser livres e independentes, críticos, para o funcionamento da democracia.
Se num sistema de democracia indirecta, certos governantes com os seus belos e funcionais discursos manipuladores impingem as suas ideias a um povo sem lhes mostrar as válidas razões, deixa de haver democracia, pois não é o povo que pensa, mas sim uma ou duas pessoas que se aproveitam das fracas capacidades dos demais para implantarem as suas ideias.
José Mateus
11.º C
Imagens Google: Banda Desenhada, Mafalda e Parlamento dos Jovens em Lisboa

1 comentário:

Luísa Barreto disse...

Olá José, ;)
Acho o tema do teu post muitíssimo pertinente. Se por um lado vivemos um momento histórico muito marcado pela desconfiança nas instituições democráticas e nos seus principais agentes, por outro lado, parecemos esquecer que a cidadania democrática é também muito mais exigente do que parece à primeira vista. A democracia exige a todos nós uma enorme capacidade de participação activa na vida social e política.
Como, muito correctamente, afirmas “não é possível uma democracia indirecta na qual os cidadãos não exerçam o direito ao voto. Mas, para além de activos, estes devem ser livres e independentes, críticos, para o funcionamento da democracia.” Pelo que se torna evidente a importância do desenvolvimento de um pensamento crítico, da capacidade argumentativa e de uma atitude interventiva.
Não nos podemos iludir, não só os governantes podem desqualificar a vivência democrática - quando a seu discurso é manipulador ou a sua prática oportunista – mas também nós, cidadãos, quando por passividade, comodismo ou ignorância nos escusamos a contribuir para o seu bom funcionamento.
É muito gratificante ver cidadãos tão jovens e tão conscientes do seu papel na sociedade. Parabéns.