3.6.10

Utilitarismo ou deontologia, qual a teoria mais plausível?


As nossas acções são como gotas num oceano...

O utilitarismo sacrifica o indivíduo
Um utilitarista defende que devemos promover imparcialmente o bem geral. Isso implica que temos de abdicar de certas liberdades. Uma delas é a consideração preferencial da nossa pessoa e da nossa família, esta é uma consequência da imparcialidade. Se a imparcialidade não tiver limites, então teremos de sacrificar muito daquilo que consideramos legítimo gastar connosco ou com as pessoas de quem gostamos. Uma simples ida ao cinema teria de ser criticamente reflectida para avaliarmos se o dinheiro do bilhete não seria melhor utilizado para ajudar a AMI por exemplo. Neste aspecto a deontologia é mais plausível. Segundo esta perspectiva devemos agir segundo máximas que possamos querer que todos adoptem, ou seja, que possam ser universalizadas. Assim, sem prejuízo de ajudarmos os outros de vez em quando, seria perfeitamente aceitável a ida ao cinema; porque seria no mínimo estranho, um mundo em que pudéssemos querer que todos deixassem de ir ao cinema ou comprar livros mesmo que essa atitude beneficiasse muita gente. Se assim fosse, o cinema e muitas outras coisas que apreciamos, deixariam de existir.
O utilitarismo é pouco plausível ainda, porque além de muito exigente, é também muito permissivo, pois permite que cada um de nós seja um mero instrumento para o bem comum. A deontologia não tem estas implicações uma vez que, ao agirmos pessoalmente baseados na racionalidade, podemos tornar essas acções universais sem nunca usar as pessoas como um mero meio, mas sempre como um fim em si mesmas, respeitando a sua dignidade. Ao adoptarmos esta teoria, estamos a contribuir não só para o nosso bem, mas também para o bem geral, de forma legítima e sem prescindir dos nossos objectivos pessoais, pois são esses aspectos singulares que definem a nossa personalidade.

Luís Jacinto
10.º D

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