3.1.10

2 NOVOS MUSEUS

«(…) A prática da criatividade artística, quando é conduzida ao mais alto nível, é paradigmaticamente desse nível de actividade aberta. Basta pensar como o movimento avant-garde do século XX teria sido visto pelas gerações anteriores de artistas para compreender como os próprios fins da arte evoluem juntamente com as actividades que têm por objectivo atingi-los. Como a procura do bem e da correcção moral, e como a procura da verdade, a arte é uma actividade inerentemente aberta na medida em que os seus fins estão em causa no seio da própria actividade. (…) O conhecimento não é de modo algum um caso especial, pela simples razão de que procurar alcançar qualquer um dos nossos objectivos com mais sentido é, inter alia, uma actividade cognitiva: uma actividade que exige a descoberta e invenção de novos instrumentos conceptuais e teorias novas e melhores.»

Neil Levy, em Despromoção e sentido na vida, sobre a actividade artística como projecto de valor passível de dar sentido superlativo à vida. (1)














O novo Museu do Design e da Moda, abriu as suas portas no dia 22 de Maio de 2009, na Rua Augusta 24, em Lisboa.
Apresenta a EXPOSIÇÃO ANTESTREIA, composta pela Colecção de Francisco Capelo, no rés-do-chão, e mais duas exposições: É proibido proibir! e uma performance/instalação de Manuel Alves & José Manuel Gonçalves.

Permitiu-se a visita a este museu, mesmo antes do início das obras de adaptação definitiva às suas novas funções museológicas da antiga sede do BNU, que se encontra ainda com os interiores descarnados e destruídos.
A proposta explora as relações entre o design, as artes, a política e o contexto socioeconómico. O MUDE passa a oferecer uma programação contínua onde estão presentes as diferentes perspectivas e linguagens do design.

A exposição Antestreia apresenta um conjunto de peças de Corbusier a Azzedine Alaïa que permitem visitar histórias e acontecimentos do século XX e XXI, a partir dos objectos que as viveram ou foram usados pelas muitas pessoas que, no passado foram dessas histórias também actores. Aqui o acervo de moda tem um lugar de destaque pois, é a primeira vez que é apresentado ao público.

É proibido proibir! propõe-se viajar no tempo, remetendo para os finais dos anos 60 e início dos 70, através de uma apresentação de cerca de 60 peças, cruzando o design e a moda com o cinema, a literatura e a música, de modo a poder retratar a riqueza desta época.

O MUDE convidou a dupla de criadores Alves & Gonçalves para apresentar uma performance/instalação que espelha o processo criativo em atelier dos primeiros croquis às peças finais, e o momento cénico do desfile, em que a construção da imagem é assumida na sua plenitude.
Informação e imagens recolhidas no site do MUDE http://www.mude.pt/



CASA DAS HISTÓRIAS PAULA REGO












A Casa das Histórias foi inaugurada no dia 18 de Setembro, na Av. Da República, 300, em Cascais. O Edifício é da autoria do arquitecto Eduardo Souto de Moura e mereceria, só por si, a visita ao Museu como podemos ver em http://www.casadashistoriaspaularego.com/index_pt.html#/edificio/galeria/exterior/
O percurso da exposição da colecção, organizado segundo uma narrativa cronológica e temática que se prolonga dos anos 60 à actualidade, permite observar as diversas linguagens que a artista tem vindo sucessivamente a experimentar, ao longo de um muito produtivo e singular processo criativo.
Da pintura à gravura, passando pelo desenho, um desfile de personagens, cenários e situações muitas vezes morais – ainda que nunca moralizantes – espelha o seu prodigioso imaginário, que aborda e interroga a condição humana, num repositório de histórias que tão bem justifica a designação deste espaço. Ver em http://www.casadashistoriaspaularego.com/index_pt.html#/coleccao/col-pinturas/
O conjunto de obras que se apresenta na Exposição Temporária, foi cedido pela Galeria Marlborough Fine Art contém os exemplares mais icónicos da obra da artista e estará patente até dia 18 de Março de 2010. Neste mesmo espaço será posteriormente apresentada ao público português uma exposição de obras do marido de Paula Rego, Victor Willing, também pintor, falecido em 1988. (Informação recolhida no site acima referido.)

São dois museus não só novos como inovadores. As entradas são em ambos, presentemente, gratuitas. Por estas e outras razões, duas visitas a não perder.

(1) Em Viver para Quê? Ensaios sobre o sentido da vida, de D. Murcho, divulgado aqui recentemente.


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