4.1.10

A CIDADE









“O que é a vida democrática numa cidade?” Luís Miguel Cintra

Repensar a vida democrática na cidade, a partir de textos escritos há 2500 anos, nos quais as semelhanças com a vida dos nossos dias são mais do que inevitáveis mas sempre surpreendentes.

A CIDADE é uma colagem de textos de Aristófanes, excertos de Os Acarnenses, Lisístrata, Paz, Pluto, As mulheres que celebram as Tesmosfórias, As Nuvens, Os Cavaleiros, As Mulheres no Parlamento e As Aves.
É uma Co-produção do Teatro da Cornucópia com o Teatro Municipal de S. Luiz, em cuja Sala Principal será levado à cena.A estreia está marcada para 14 de Janeiro e poderemos assistir ao espectáculo até 14 de Fevereiro de 2010 de Quarta a sábado às 21H00 e Domingos às 17H30.
No dia 31 de Janeiro haverá uma sessão especial com interpretação em Língua Gestual Portuguesa.

A tradução é de Maria de Fátima Sousa e Silva e Custódio Magueijo; Adaptação e colagem Luis Miguel Cintra; Encenação Luis Miguel Cintra; Cenário e Figurinos Cristina Reis; Desenho de luz Daniel Worm d’Assumpção; Música Eurico Carrapatoso; Colaboração musical João Paulo Santos; Acompanhamento vocal Luís Madureira.
Elenco: Bruno Nogueira, Carolina Villaverde Rosado, Dinarte Branco, Dinis Gomes, Duarte Guimarães, Gonçalo Waddington, José Manuel Mendes, Luísa Cruz, Luis Lima Barreto, Luis Miguel Cintra, Márcia Breia, Maria Rueff, Marina Albuquerque, Nuno Lopes, Ricardo Aibéo, Rita Durão, Rita Loureiro, Sofia Marques e Teresa Madruga.

Consideramos que foi na Grécia Antiga que nasceu a Civilização Ocidental e que foi em Atenas, vários séculos antes de Cristo, que nasceu a Democracia. Nas comédias de Aristófanes, por sinal um conservador, no violento e insurrecto humor com que nelas retrata a vida daquela cidade “perfeita”, nestes textos escritos há 2.500 anos, fomos encontrar o material para a composição do guião de um espectáculo a que chamaremos A CIDADE. É com as confusões e as dificuldades da vida numa sociedade que se quer democrática, a corrupção da sua política, o seu desejo de paz, as suas saudades do campo, a maneira como convive com os seus “poetas”, as peripécias sexuais e conjugais que se geram na coexistência do público e do privado, em suma, com a vida da polis, e através das mais que inevitáveis semelhanças com os contratempos dos nossos dias, que este espectáculo quer brincar.
Uma metáfora de todas as Cidades construída por um grande grupo de actores no palco do Teatro Municipal S. Luiz, teatro da cidade de Lisboa. (Informação retirada do site do Teatro da Cornucópia)

Como pensar e, sobretudo, como viver na sociedade democrática? A novidade introduzida pelos gregos da antiguidade clássica foi disso exemplo: os filósofos da Grécia antiga expunham as suas ideias e desafiavam os interlocutores a discuti-las livremente, na “praça pública”. Uma novidade absoluta na história da humanidade, a cultura da liberdade intelectual, base da escola e da sociedade modernas e das “outras” liberdades.
Ao longo destes vinte e cinco séculos, assiste-se na civilização europeia a uma constante tensão entre a exigência de liberdade e as atitudes autoritárias e hierárquicas, que a aniquilam. Ou então a liberdade de participação democrática existe mas a vida pública é (espante-se) olhada com enfado.
A atitude crítica, para além de um preceito meramente académico, tem de ser uma oposição efectiva e permanente à subserviência e ao conformismo tão próprios da natureza humana, sempre demasiado ciente das autoridades, das hierarquias e das oportunidades individuais.

Pela temática sempre actual, por todos os profissionais responsáveis e pelos créditos do Teatro da Cornucópia, mais uma peça a não perder.

Imagem do Google: Representação de Ágora e Acrópole atenienses.

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