Ter autonomia de espírito, ter consciência do mundo e fazer escolhas próprias é melhor, de longe, do que ser passivamente feliz em prejuízo destas coisas. (Anthony Grayling)
27.4.09
25.4.09
Capitães de Abril
24.4.09
Teorias da Justificação - "O Barco de Neurath"
15.4.09
O universo elegante
Outro brilhante divulgador de ciência, Brian Green, nasceu em Nova Yorque em 1963 e é professor da Universidade de Columbia desde 2003. Escreveu dois livros destinados ao grande público: O Tecido do Cosmos e O Universo Elegante. Este último, adaptado à televisão em três episódios, que podem ser visionados aqui no youtube. Neste documentário podemos admirar a ilustração de conceitos complexos tornados simples pela imaginação aliada às novas tecnologias.
Imagens retiradas do Google13.4.09
Série Cosmos
Carl Sagan, (1934-1996) astrónomo e biólogo norte americano, pioneiro e um dos maiores divulgadores de ciência de todos os tempos. É autor e co-autor de mais de uma dezena de livros. Destacamos Cosmos, celebrado best-seller, adaptado à televisão que influenciou, emocionou e inspirou milhões de pessoas, (ainda hoje é publicado).
Outra das suas obras: Contacto, foi adaptada ao cinema em 1997, realizada por Robert Zemeckis e protagonizada por Jodie Foster.
Para abrir o "apetite", aqui fica o link para o episódio três da série Cosmos, em português, organizado em sete partes, podendo ser vistas em separado. Parte 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7
A série completa pode ser visionada em astroPT.
Imagens retiradas do Google
9.4.09
Como poderemos justificar a nossa fé na indução?
Será que exemplos como este mostram a irracionalidade das nossas inferências indutivas? Que as nossas previsões sobre o futuro com base no passado não estão justificadas? Como planear o amanhã sem pressupor a sua existência?
Bertrand Russell pensa que, apesar de não estarem infalivelmente justificadas, há boas razões para confiar em inferências não dedutivas. A inferência a favor da melhor explicação ou abdução é disto um exemplo. Neste tipo de inferência, pondera-se a plausibilidade de uma hipótese em função do tipo de explicação que oferece. A melhor hipótese, a mais plausível é aquela que oferece a melhor explicação. Não há apenas uma conclusão possível, mas é razoável aceitar aquela que tem mais poder explicativo, assim: se encontramos fósseis de peixes ou conchas na serra dos Candeeiros, é razoável pensar que em tempos a serra esteve coberta pelo mar. Podemos pensar noutras hipóteses por exemplo que estas formações surgiram por acaso, ou que foram lá colocadas por terceiros para nos induzir aquela conclusão….
...Ora, apesar de não podermos excluir logicamente estas hipóteses, é razoável concluir que a serra já esteve coberta pelo mar e que este facto originou as ditas formações. Porque esta hipótese explica ainda outros factos geológicos já conhecidos acerca da mesma.
4.4.09
O conhecimento é possível?
Os pensadores cépticos defendem que o conhecimento não é possível, baseados em vários argumentos. Existe quem defenda que a realidade que conhecemos não é verdadeira e, assim, não nos é possível ter conhecimento algum. Essas pessoas dizem que podemos estar a viver um sonho, em que tudo o que percepcionamos e sentimos é fruto do nosso pensamento.
Ora, para termos a noção de sonho, temos de ter obrigatoriamente a noção de vigília, pois só assim teríamos consciência da diferença de estados. Se estivéssemos sempre a sonhar, não poderíamos saber o que era, pois não haveria matéria para comparação. Assim, se nos é possível sonhar realmente mas também estar em estado de vigília, então não poderemos estar sempre a sonhar.
Outro argumento céptico centra-se na ideia de que toda a crença provém de uma crença anterior, havendo uma regressão infinita que impede o conhecimento. Ora, este argumento é muito discutível, pois existem crenças que não provêm de outras, no sentido em que não precisam de outras para se justificarem, como por exemplo as crenças que são definidas pelo homem (as convenções).
Os cépticos afirmam também, que não havendo um consenso em relação a tudo o que há, não pode haver conhecimento. Ou seja, defendem que para haver conhecimento é necessário que haja um consenso absoluto. Ora isto é absurdo, pois impediria o progresso. Se não houvesse discussão, nunca chegaríamos perto da verdade, pois só analisando as várias posições com rigor, podemos saber quais estão ou não correctas.
Por último, os defensores do cepticismo alegam que não podemos ter conhecimento porque nem tudo o que percepcionamos é real. Referem que as ilusões são algo que existe e que assim nunca podemos ter a certeza de algo. Os erros perceptivos existem de facto, mas isso não implica que não haja conhecimento, uma vez que nem todo o conhecimento deriva dos sentidos.
Posto isto, e pelo princípio da simplicidade, é razoável acreditar que existe conhecimento.
David Vicente
Magia? Não. É ciência.
O tacto ouve-se?
O virtuosismo de Pamelia Kurstin mostra-nos neste vídeo a natureza fantástica dos campos físicos.
3.4.09
Será possível viver em democracia sem a praticar?
Em qualquer tipo de democracia são precisos cidadãos activos e livres. É impossível a prática de uma democracia directa se os cidadãos não comparecessem ao parlamento, mas também não é possível uma democracia indirecta na qual os cidadãos não exerçam o direito ao voto. Mas, para além de activos, estes devem ser livres e independentes, críticos, para o funcionamento da democracia.
Se num sistema de democracia indirecta, certos governantes com os seus belos e funcionais discursos manipuladores impingem as suas ideias a um povo sem lhes mostrar as válidas razões, deixa de haver democracia, pois não é o povo que pensa, mas sim uma ou duas pessoas que se aproveitam das fracas capacidades dos demais para implantarem as suas ideias.
2.4.09
Uma breve reflexão
O raciocínio cartesiano, que leva o autor a afirmar que Deus existe, baseia-se numa ideia segundo a qual é essencial a existência de um ser perfeito, que permita, através do estabelecimento de comparações, perceber o quão “imperfeito” o ser humano é. Desta forma, Descartes defende que as verdades já estão instituídas por Deus, cuja perfeição as determina.
A posição que defende que Deus impregna a razão humana com algumas verdades essenciais, não está devidamente justificada já que, do meu ponto de vista, o processo de construção de verdades se revela evolutivo, e não pré-determinado. Senão, vejamos:
É evidente que os sentidos e mesmo a razão levam muitas vezes a conclusões dúbias e precipitadas cuja falsidade mais tarde reconhecemos. Todavia, não é um facto claro e distinto que o sentido do conhecimento humano seja o da perfeição, de tal forma que tenhamos como garantido o alcance da verdade; a procura da verdade revela-se, antes, um processo dinâmico e as proposições verdadeiras, de vigência temporária. O ser humano vai, simplesmente, construindo as verdades que lhe parecem mais adequadas em cada momento do processo.
Desta forma, também não posso aceitar como plausível que concebamos clara e distintamente a existência de Deus; se reconhecermos os paradigmas de perfeição como construções racionais e não como proposições pré-determinadas por um ser perfeito, nada há que me garanta que Deus constitui uma entidade que define as orientações lógicas do meu pensamento, não se mostrando essencial a sua existência.
Em suma, Deus não passa da figura que representa uma construção utópica da evolução racional humana.
Paulo Batista, 11ºA