25.4.09

Capitães de Abril






Quando os ideais e a coragem vencem as leis caducas ...
Quando as flores calam as armas ... inventam-se poemas de esperança. Trinta e cinco anos depois, o que mudou? O que precisamos mudar?

O filme é constituído por 15 pequenos vídeos.
Foto retirada do Google

24.4.09

Teorias da Justificação - "O Barco de Neurath"




"Somos como marinheiros obrigados a reparar o seu barco no alto mar, sem qualquer possibilidade de desmontar todas as peças e de o reconstruir em doca seca."

Otto Neurath, Enunciados Protocolares, in Arte de Pensar-11, Aires Almeida e outros, Didáctica Editora (2004)


Em oposição ao fundacionismo, o coerentismo é uma teoria sobre a justificação que vê o conhecimento como um conjunto coerente de crenças que se sustentam mutuamente em estruturas semelhantes a uma rede ou teia. A consistência é uma condição necessária para a coerência, mas não é suficiente, além de consistentes (possibilidade de serem todas verdadeiras em simultâneo), as crenças têm de estar relacionadas entre si de modo relevante. Para haver uma compreensão adequada do mundo, o nosso conjunto de crenças deve ser tão consistente e completo quanto possível e os indícios a favor de uma nova crença não podem ser anulados por outras crenças que consideramos verdadeiras.
Enquanto o fundacionismo vê o sistema do conhecimento como um edifício ou super-estrutura cujas fundações é preciso estabelecer através de uma crença básica, o coerentismo vê o conhecimento como um conjunto de estruturas mutuamente suportadas. Não há dois, mas apenas um tipo de crenças que se ligam entre si de modo interdependente mas não hierarquizado. Um coerentista aceita que as crenças se ligam umas às outras, mas discorda que isto implique que nenhuma das crenças está justificada. Pelo contrário, defende que todas estão justificadas internamente, sem necessidade de nenhum suporte exterior. O que conta não é cada uma das crenças, mas todo o conjunto. Tal como um barco avariado em alto mar não pode ser totalmente desmontado a fim de ser reparado, também não podemos desmontar todo o conhecimento em bloco. O progresso faz-se substituindo crenças que se revelam falsas.
Esta teoria é bastante intuitiva, percebemos que, quando temos um problema em casa reparamos ou substituímos o que está mal, não demolimos a casa toda. Do mesmo modo, quando descobrimos os erros das nossas crenças mudamos apenas as que estão erradas não mudamos todos os nossos conhecimentos.
Mas o coerentismo deixa-nos algumas perplexidades. Por um lado, parece supor como justificado o sistema de crenças que queremos justificar. Por outro lado, se a coerência interna é tudo o que interessa, então parece que esta é muito abrangente, há inúmeros sistemas de crenças diferentes mas internamente coerentes.
Por que razão a ficção como os filmes ou os romances, enquanto sistemas coerentes, não são encarados como descrições da realidade?
Bibliografia: Arte de Pensar- 11, Aires Almeida e outros, Didáctica Editora (2004)
Imagem retirada do Google sem referência ao autor

15.4.09

O universo elegante
















Outro brilhante divulgador de ciência, Brian Green, nasceu em Nova Yorque em 1963 e é professor da Universidade de Columbia desde 2003. Escreveu dois livros destinados ao grande público: O Tecido do Cosmos e O Universo Elegante. Este último, adaptado à televisão em três episódios, que podem ser visionados aqui no youtube. Neste documentário podemos admirar a ilustração de conceitos complexos tornados simples pela imaginação aliada às novas tecnologias.

Imagens retiradas do Google

13.4.09

Série Cosmos



Carl Sagan, (1934-1996) astrónomo e biólogo norte americano, pioneiro e um dos maiores divulgadores de ciência de todos os tempos. É autor e co-autor de mais de uma dezena de livros. Destacamos Cosmos, celebrado best-seller, adaptado à televisão que influenciou, emocionou e inspirou milhões de pessoas, (ainda hoje é publicado).

Outra das suas obras: Contacto, foi adaptada ao cinema em 1997, realizada por Robert Zemeckis e protagonizada por Jodie Foster.

Para abrir o "apetite", aqui fica o link para o episódio três da série Cosmos, em português, organizado em sete partes, podendo ser vistas em separado. Parte 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7
A série completa pode ser visionada em astroPT.

Imagens retiradas do Google

9.4.09

Como poderemos justificar a nossa fé na indução?

É incontestável o papel que o raciocínio indutivo tem nas nossas vidas. Sem ele o nosso quotidiano tornar-se-ia impossível. Sabemos que, se estivermos à chuva, ficaremos molhados, se não estudarmos o suficiente, teremos dificuldades no teste…. As nossas vidas baseiam-se no facto de podermos fazer previsões fidedignas acerca do mundo e das consequências das nossas acções. No entanto, sabemos que o princípio da indução não é inteiramente fidedigno, já que a verdade das premissas não garante a verdade da conclusão. Para ilustrar este problema, Bertrand Russell usou o exemplo de uma galinha que acorda todas as manhãs pensando que, uma vez que foi alimentada no dia anterior sê-lo-á mais uma vez naquele dia. Um dia acorda e o camponês torce-lhe o pescoço.
Será que exemplos como este mostram a irracionalidade das nossas inferências indutivas? Que as nossas previsões sobre o futuro com base no passado não estão justificadas? Como planear o amanhã sem pressupor a sua existência?
Bertrand Russell pensa que, apesar de não estarem infalivelmente justificadas, há boas razões para confiar em inferências não dedutivas. A inferência a favor da melhor explicação ou abdução é disto um exemplo. Neste tipo de inferência, pondera-se a plausibilidade de uma hipótese em função do tipo de explicação que oferece. A melhor hipótese, a mais plausível é aquela que oferece a melhor explicação. Não há apenas uma conclusão possível, mas é razoável aceitar aquela que tem mais poder explicativo, assim: se encontramos fósseis de peixes ou conchas na serra dos Candeeiros, é razoável pensar que em tempos a serra esteve coberta pelo mar. Podemos pensar noutras hipóteses por exemplo que estas formações surgiram por acaso, ou que foram lá colocadas por terceiros para nos induzir aquela conclusão….
...Ora, apesar de não podermos excluir logicamente estas hipóteses, é razoável concluir que a serra já esteve coberta pelo mar e que este facto originou as ditas formações. Porque esta hipótese explica ainda outros factos geológicos já conhecidos acerca da mesma.
Imagem de Bertrand Russell retidada do Google
O que pensa o leitor?

4.4.09

O conhecimento é possível?

O conhecimento é um tema estudado pela Epistemologia, disciplina filosófica que aborda problemas como a possibilidade do conhecimento ou a sua definição. O problema da possibilidade do conhecimento é de enorme importância pois trata-se de saber se conhecemos de facto tudo o que julgamos saber, estando em causa a própria realidade. Defendo que o conhecimento é possível.
Os pensadores cépticos defendem que o conhecimento não é possível, baseados em vários argumentos. Existe quem defenda que a realidade que conhecemos não é verdadeira e, assim, não nos é possível ter conhecimento algum. Essas pessoas dizem que podemos estar a viver um sonho, em que tudo o que percepcionamos e sentimos é fruto do nosso pensamento.
Ora, para termos a noção de sonho, temos de ter obrigatoriamente a noção de vigília, pois só assim teríamos consciência da diferença de estados. Se estivéssemos sempre a sonhar, não poderíamos saber o que era, pois não haveria matéria para comparação. Assim, se nos é possível sonhar realmente mas também estar em estado de vigília, então não poderemos estar sempre a sonhar.
Outro argumento céptico centra-se na ideia de que toda a crença provém de uma crença anterior, havendo uma regressão infinita que impede o conhecimento. Ora, este argumento é muito discutível, pois existem crenças que não provêm de outras, no sentido em que não precisam de outras para se justificarem, como por exemplo as crenças que são definidas pelo homem (as convenções).
Os cépticos afirmam também, que não havendo um consenso em relação a tudo o que há, não pode haver conhecimento. Ou seja, defendem que para haver conhecimento é necessário que haja um consenso absoluto. Ora isto é absurdo, pois impediria o progresso. Se não houvesse discussão, nunca chegaríamos perto da verdade, pois só analisando as várias posições com rigor, podemos saber quais estão ou não correctas.
Por último, os defensores do cepticismo alegam que não podemos ter conhecimento porque nem tudo o que percepcionamos é real. Referem que as ilusões são algo que existe e que assim nunca podemos ter a certeza de algo. Os erros perceptivos existem de facto, mas isso não implica que não haja conhecimento, uma vez que nem todo o conhecimento deriva dos sentidos.
Posto isto, e pelo princípio da simplicidade, é razoável acreditar que existe conhecimento.

David Vicente
11.º C
Imagem retirada do Google

Magia? Não. É ciência.




O tacto ouve-se?

O virtuosismo de Pamelia Kurstin mostra-nos neste vídeo a natureza fantástica dos campos físicos.

3.4.09

Será possível viver em democracia sem a praticar?












Numa democracia a soberania é exercida pelo povo directa ou indirectamente. Um discurso manipulador pretende fazer com que um auditório pense da mesma maneira que o orador, sem este lhe mostrar as razões para tal. Um discurso persuasivo tem este mesmo objectivo, no entanto, dá ao auditório razões válidas para este pensar e agir dessa forma.
Em qualquer tipo de democracia são precisos cidadãos activos e livres. É impossível a prática de uma democracia directa se os cidadãos não comparecessem ao parlamento, mas também não é possível uma democracia indirecta na qual os cidadãos não exerçam o direito ao voto. Mas, para além de activos, estes devem ser livres e independentes, críticos, para o funcionamento da democracia.
Se num sistema de democracia indirecta, certos governantes com os seus belos e funcionais discursos manipuladores impingem as suas ideias a um povo sem lhes mostrar as válidas razões, deixa de haver democracia, pois não é o povo que pensa, mas sim uma ou duas pessoas que se aproveitam das fracas capacidades dos demais para implantarem as suas ideias.
José Mateus
11.º C
Imagens Google: Banda Desenhada, Mafalda e Parlamento dos Jovens em Lisboa

2.4.09



Deus, perfeição e verdade em Descartes
Uma breve reflexão

O raciocínio cartesiano, que leva o autor a afirmar que Deus existe, baseia-se numa ideia segundo a qual é essencial a existência de um ser perfeito, que permita, através do estabelecimento de comparações, perceber o quão “imperfeito” o ser humano é. Desta forma, Descartes defende que as verdades já estão instituídas por Deus, cuja perfeição as determina.

A posição que defende que Deus impregna a razão humana com algumas verdades essenciais, não está devidamente justificada já que, do meu ponto de vista, o processo de construção de verdades se revela evolutivo, e não pré-determinado. Senão, vejamos:

É evidente que os sentidos e mesmo a razão levam muitas vezes a conclusões dúbias e precipitadas cuja falsidade mais tarde reconhecemos. Todavia, não é um facto claro e distinto que o sentido do conhecimento humano seja o da perfeição, de tal forma que tenhamos como garantido o alcance da verdade; a procura da verdade revela-se, antes, um processo dinâmico e as proposições verdadeiras, de vigência temporária. O ser humano vai, simplesmente, construindo as verdades que lhe parecem mais adequadas em cada momento do processo.

Desta forma, também não posso aceitar como plausível que concebamos clara e distintamente a existência de Deus; se reconhecermos os paradigmas de perfeição como construções racionais e não como proposições pré-determinadas por um ser perfeito, nada há que me garanta que Deus constitui uma entidade que define as orientações lógicas do meu pensamento, não se mostrando essencial a sua existência.
Em suma, Deus não passa da figura que representa uma construção utópica da evolução racional humana.



Imagens do Google: A criação de Adão, Miguel Ângelo; Caricatura de Descartes
Paulo Batista, 11ºA