A história centra-se em Jake Sully, um militar norte-americano que, através do seu avatar, ficará dividido entre dois mundos, entre duas culturas, em conflito entre si." CiênciaHoje
Ter autonomia de espírito, ter consciência do mundo e fazer escolhas próprias é melhor, de longe, do que ser passivamente feliz em prejuízo destas coisas. (Anthony Grayling)
30.12.09
Avatar, uma experiência inesquecível
A história centra-se em Jake Sully, um militar norte-americano que, através do seu avatar, ficará dividido entre dois mundos, entre duas culturas, em conflito entre si." CiênciaHoje
23.12.09
O Sentido da Vida
“Viver para quê? Ensaios sobre o sentido da vida”, Organização, tradução de textos e introdução de Desidério Murcho; Dinalivro, Lisboa, 2009.
«Quem não conhece a filosofia poderá pensar que procurar o sentido da vida é a tarefa central dos filósofos. Isto é historicamente falso. (…)
O leitor comum poderá igualmente esperar que os filósofos se pronunciem um pouco como gurus, declarando do alto da sua inacessível montanha qual é o sentido da vida. E a nós, meros mortais, restar-nos-ia então seguir tais oráculos ainda que não os compreendamos muito bem. (…)
A confusão a evitar é pensar que há uns valores esotéricos que precisam de ser cultivados para que a nossa vida tenha sentido. É uma resposta desse género que muitas pessoas esperam do filósofo, quando o encaram como um guru: subitamente ele dirá que o sentido da vida é cultivar feijões, cortar o cabelo rente ou assobiar música só às sextas-feiras. »
É desta forma clara e despretenciosa que Desidério Murcho faz a sua introdução a esta excelente selecção de reflexões acerca do sentido da vida. Um conjunto de ensaios, de filósofos actuais, nos quais se apresentam diferentes ideias, cuidadosamente fundamentadas. Os ensaios são curtos e a sua leitura acessível e agradável. Serão uma ajuda preciosa à preparação de possíveis trabalhos sobre este tema.
Índice dos ensaios:
O Sentido da Vida (1970) Richard Taylor
O Sentido da Vida (1957) Kurt Baier
Poderá o Propósito de Deus ser a Fonte do Sentido da Vida? (2000) Thaddeus Metz
O Absurdo (1971) Thomas Nagel
Felicidade e Sentido: Dois Aspectos da Vida Boa (1997) Susan Wolf
Despromoção e Sentido na Vida (2005) Neil Levy
17.12.09
Filosofar...
A filosofia ajuda-nos a pensar, a argumentar e é esse o seu método de estudo. Muitas vezes temos de recorrer a informações empíricas (a posteriori) para podermos levar o nosso pensamento mais além. Isto pode levar-nos a pensar que a filosofia é a posteriori, o que é errado, pois apenas recorremos às informações empíricas como auxiliares do pensamento e não como um método. Por exemplo, nas ciências, não podemos simplesmente chegar à conclusão de que o nosso coração está dividido em duas partes (uma para o sangue venoso e outra para o sangue arterial) sem recorrermos a uma experiência prática de abrirmos um coração e vermos o seu interior. Este estudo é a posteriori ou empírico. Já quando pensamos em problemas filosóficos, como: “Será que Deus existe?”, não recorremos à experiência mas ao pensamento, embora às vezes haja questões filosóficas que exigem conhecimentos resultantes de estudos a posteriori.
Sendo assim, além de ser um estudo conceptual, a filosofia também atribui importância às informações empíricas.
Por exemplo, quando alguém pergunta “Será que a felicidade é realmente necessária à Humanidade?”, está a colocar um problema, uma questão, que só pode ser resolvida através da filosofia. A este problema responde-se com uma teoria, composta por argumentos, como por exemplo “Se a felicidade não existisse, o Mundo seria um lugar triste, onde todos andariam de “mau humor”. Logo, a felicidade é necessária, para que vivamos com um sorriso nos lábios e tudo será mais agradável se andarmos felizes e bem-dispostos”.
Por exemplo, se crescermos numa sociedade em que as mulheres não têm direitos, quando formos adultos, iremos ensinar aos nossos filhos que as mulheres não têm direitos. Isto é um preconceito porque crescemos a pensar que é mesmo assim, e nunca pensámos por que razão as mulheres não têm direitos.
Ao sermos críticos, não podemos tomar uma posição e defendê-la, mas sim tentar perceber todas as posições que se confrontam, e escolher a melhor, não a que nos parece mais acertada para nós próprios, pois todos temos uma visão das coisas diferente das dos outros; mas a mais racional, a melhor fundamentada.
10.º F
16.12.09
O que é o Kiva?
O Kiva é um sistema de micro-empréstimos directos entre pessoas individuais. O conceito não é novo, foi posto em prática em 1976 por Muhammad Yunus, iniciativa de grande sucesso que lhe valeu a distinção do prémio Nobel da Paz, em 2006. A novidade deste sistema é que funciona exclusivamente através da internet.
As pessoas a quem fazemos o empréstimo são reais e é possível conhecer um pouco da sua história, do seu projecto para combater a situação de pobreza em que vivem.
O que mais atrai neste projecto é o facto de não nos pedir para “dar” mas sim para emprestar; apostar nas capacidades de cada um e, através desse empréstimo, melhorar as suas condições de vida, da sua família e da sua comunidade. É um enorme voto de confiança na capacidade empreendedora destas pessoas.
Os empréstimos, num mínimo de 25 Dólares (17,10 Euros), são feitos através da organização Kiva, que mantém o processo o mais transparente possível e não tem fins lucrativos. Como garantia, tem como principal fiador Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos.
O pagamento do empréstimo é feito num período de seis a doze meses e o Kiva envia-nos regularmente uma newsletter que nos informa do sucesso do nosso empreendedor.
Quando, findo esse prazo, o nosso empréstimo é pago, somos livres de receber o valor ou voltar a emprestar a outro empreendedor.
Trata-se de uma experiência única, que nos liga a outro homem ou a outra mulher, ajudando-o(a) a conquistar a sua independência económica, o bem-estar da sua família, o cumprimento de pequenos projectos, até agora longínquos sonhos profissionais e pessoais.
Há quem sugira que os empréstimos mais eficazes são os que têm como destinatários mulheres/ mães, porque a sua prioridade é, quase naturalmente, a melhoria das condições de alimentação, de saúde e de educação dos seus filhos e menos o crescimento ou o sucesso dos seus negócios, como acontece em geral com os homens, pelo que a transformação da realidade destas comunidades é mais rapidamente conseguida.
Um exemplo: A Yolanda tem 59 anos, é de El Salvador, precisa de 1000$, no total, para comprar mercadorias e melhorar o seu pequeno negócio de comidas e bebidas.
Vale a pena uma visita ao site http://www.kiva.org/
5.12.09
"As Sombras da Vida"
Para Platão, as coisas que nos chegam através dos cinco sentidos, são apenas as sombras das ideias. Quem estiver preso ao conhecimento das coisas observáveis nunca poderá alcançar o mundo da razão, ficando para sempre prisioneiro das aparências.
Este texto faz-nos pensar, na verdade, no conhecimento na vida…
Nós, seres humanos, vivemos num planeta minúsculo, aprisionados ao nosso dia-a-dia, à nossa caverna. Falta-nos o caminho para a “saída da gruta”. Esse caminho, a procura da verdade, é uma viagem que exige sacrifício, uma libertação da realidade imediata pelo pensamento. Para nos libertarmos, é preciso desenvolver o pensamento crítico. A luz fora da caverna significa a verdadeira sabedoria. Mas é difícil contemplar a luz da verdade pela primeira vez. Temos de o fazer por etapas.
Podemos dizer que o conhecimento dá trabalho, as crenças têm muito peso e é difícil abandoná-las devido aos hábitos de uma vida. Mas será que temos boas razões para as aceitar?
A Alegoria sugere ainda que as diferentes culturas têm diferentes concepções da realidade. Será possível conciliar o respeito pelo multiculturalismo e o dever de impor limitações, sem as quais a ética não é possível? A verdade nem sempre está com a maioria, que podemos fazer para melhorar este estado de coisas? Se a maioria conseguir sair da caverna teremos uma sociedade mais esclarecida.
Em suma, a “Alegoria da Caverna” é um texto excelente para nos fazer pensar. Esta obra “serve” a vida e o pensar mais puro. A maioria das pessoas nunca se apercebe que talvez viva uma falsa realidade. Talvez seja por isso que se sentem infelizes e frustradas com as suas vidas. Todos devíamos ser mais críticos para podermos ter outra percepção da vida, para sermos mais racionais e também mais imaginativos.
2.12.09
Comércio Justo e Turismo Ético
44,9% impostos, direitos aduaneiros, frete
23,7% margem dos comerciantes
17,8% margem dos armazenistas e industriais da torrefação
8,5 % proprietários da plantação
5,1 % salários dos trabalhadores
Comércio Justo
A actual sociedade de consumo promove grandes desequilíbrios sociais e ambientais. Todos os nossos gestos e opções diárias afectam não só a nossa vida mas a vida de outras pessoas e põem em causa a sustentabilidade do planeta. Mas é também verdade que o consumo é inevitável e até necessário para a circulação e manutenção dos sistemas económicos.
Como resolver, então, este paradoxo? Como garantir a protecção dos direitos humanos, a preservação do ambiente e a sustentabilidade económica e cultural?
O Comércio justo é um dos pilares da sustentabilidade económica e ecológica.Trata-se de um movimento social e uma modalidade de comércio internacional que busca o estabelecimento de preços justos, bem como de padrões sociais e ambientais equilibrados, nas cadeias produtivas.
A ideia de um comércio justo surgiu nos anos 1960 e ganhou corpo em 1967, quando foi criada, na Holanda, a Fair Trade Organisatie. Dois anos depois, foi inaugurada a primeira loja de comércio justo. O café foi o primeiro produto a seguir o padrão de certificação desse tipo de comércio, em 1988. A experiência espalhou-se pela Europa e, no ano seguinte, foi criada a International Fair Trade Association, que reúne atualmente cerca de 300 organizações em sessenta países.
O movimento dá especial atenção às exportações de países em desenvolvimento para países desenvolvidos, como artesanato e produtos agrícolas. Em poucas palavras, é o comércio onde o produtor recebe remuneração justa por seu trabalho.
Alguns países têm consumidores preocupados com a sustentabilidade e que optam por comprar produtos vendidos através do comércio justo. Esta opção ética tem permitido aos pequenos produtores de países tropicais viver de forma digna ao fazerem a opção pela agroecologia, como agricultura orgânica.
O comércio justo é, então, rede europeia de lojas de comércio justo, uma espécie de parceria entre produtores e consumidores que trabalham para ultrapassar as dificuldades enfrentadas pelos primeiros, para aumentar seu acesso ao mercado e para promover o processo de desenvolvimento sustentável. O comércio justo procura criar os meios e oportunidades para melhorar as condições de vida e de trabalho dos produtores, especialmente os pequenos produtores desfavorecidos. Sua missão é promover a equidade social, a protecção do ambiente e a segurança económica através do comércio e da promoção de campanhas de consciencialização.
É fundamental educar e mobilizar a sociedade civil - e em especial as gerações mais jovens – para a mudança dos hábitos de consumo, tornando-nos mais críticos, exigentes e responsáveis, como exercício da nossa cidadania. Um bom exemplo, em Portugal, é a Mó de Vida – Cooperativa de Consumo que podemos conhecer em http://www.modevida.com/modevida.html
A actividade turística, da forma como tem sido desenvolvida, tem-se revelado profundamente devastadora para as comunidades dos países receptores, suas culturas e tradições, e para o meio ambiente. Além disso, tem ajudado a aprofundar as desigualdades socioeconómicas entre os países do Norte (mais ricos) e os do Sul do planeta, já que os lucros gerados em quase nada beneficiam as comunidades locais.
Concretizando, no actual cenário económico mundial o Turismo possui as seguintes características:
- É o sector de mais rápido crescimento da economia mundial. Portanto, os países subdesenvolvidos tentam atrair investimentos estrangeiros sem qualquer critério, considerando que o seu potencial pode gerar milhões de dólares com relativa facilidade;
- Dominado pelas grandes empresas transnacionais;
- Pacotes "tudo incluído" pagos na origem;
- Quando utiliza mão-de-obra local, pratica uma política de baixos salários sem garantir um mínimo de estabilidade;
- Mercado extremamente competitivo, onde os factores preço, criação de ilusões (promessa de lugares de sonho, exotismo, etc.), são tidos em conta em detrimento de outros aspectos que exigiriam um trabalho mais aprofundado de pesquisa e informação ao consumidor de viagens;
- Fortes campanhas de "marketing" promovidas por estes grandes grupos, dirigidas somente ao bem-estar do turista, provocando:- Fraca consciencialização do turista para os problemas sociais, ambientais, políticos e económicos enfrentados pelas populações que os recebem;- Perda das identidades culturais locais através da criação de estereótipos adequados a um ou mais mercados emissores.
- O já referido consumo de culturas exóticas, praias paradisíacas e hotéis de luxo é altamente direccionado para os países do 3º mundo - América Latina, Ásia e África, cuja fragilidade da legislação potencializa o benefício unilateral das transnacionais.
O movimento por um Turismo ético, responsável e solidário tem origem na Europa com base nos princípios do Comércio Justo. É o ponto de partida para o desenvolvimento sustentável do sector.Pode dizer-se que é uma iniciativa recente em termos de estudo, organização e implementação por parte do 3º sector (ONGs, cooperativas, associações e outras formas de organização comunitária).Objectivos:Através do cumprimento de princípios e critérios éticos, o objectivo é conseguir condições para o financiamento de projectos de desenvolvimento sustentável, formação e infra-estruturas, para além de parcerias em experiências de trabalho concretas.
O que significa Turismo Ético, Responsável e Solidário?
- Igualdade nas parcerias de comércio entre o Norte e o Sul;
- utilização dos impostos oriundos do Turismo, para a erradicação da pobreza no Sul, através de decisões democráticas, baseadas na colaboração e na realização de parcerias entre os pólos emissores e os receptores, para a criação de estruturas;
- construção de uma rede local de abastecimento de serviços do comércio justo, através das operações turísticas;
- transparência, acesso à informação, formação e desenvolvimento em favor das comunidades dos destinos turísticos;
- controle por parte da comunidade do planeamento e decisões sobre o Turismo;
- sustentabilidade ambiental, social e cultural;
- diversificação das economias locais;
- respeito pelos direitos humanos.
A prática de um Turismo Ético, Responsável e Solidário, além de ajudar as comunidades dos países de destino, é um instrumento importante na consciencialização dos turistas do Norte face às grandes diferenças existentes em relação aos países do Sul.
O confronto com a realidade, tomando conhecimento no local visitado das desigualdades, injustiças, etc., levarão à adopção de atitudes mais solidárias nas suas vidas quotidianas em relação ao Sul, tanto no que diz respeito ao consumo responsável como a um comportamento mais reivindicativo no que toca a políticas que visem a diminuição e, se possível, a extinção dessas mesmas desigualdades.
Fontes: Wikipédia; Site da Mó de vida–Coop.Cooperativa de Comércio Justo http://www.modevida.com/modevida.html
Sítios/blogues dedicados ao tema: Cores do Globo, Reviravolta, Fair Trade-Portugal.
http://www.safari-afrique.org/?lng_f=pt;http://faceturis.blogs.sapo.pt/50745.html; http://www.consumosustentavel.org/index.php/home/3113.html
24.11.09
Trevas e razão, ontem como hoje
O Fatias de Cá, criado em Tomar em 1979, enquanto Companhia de Teatro desenvolve projectos de âmbito profissional e amador.A designação deste grupo, criado em Tomar em 1979, inspira-se no nome de um doce conventual (Fatias de Tomar).
Esta encenação do Fatias de Cá é muito interessante já que conjuga, com sucesso, três objetivos:
O enredo de O Nome da Rosa gira em torno das investigações de uma série de crimes misteriosos, cometidos dentro de uma abadia medieval. Com ares de Sherlock Holmes, o investigador, o frade franciscano William de Baskerville, assessorado pelo noviço Adso de Melk, vai fundo nas suas investigações, apesar da resistência de alguns dos religiosos do local, até que desvenda que as causas do crime estavam ligadas a manutenção de uma biblioteca que mantém em segredo obras apócrifas, i.e. obras que não seriam aceites em consenso pela igreja cristã da Idade Média, como é o caso da apologia do riso criada por Eco e atribuída ficcionalmente a Aristóteles.
Um excelente texto, dos mais conhecidos e apreciados da obra ficcional de Eco. Resultado de um estudo de época rigoroso, que nos proporciona um retrato histórico bastante fiel dos meados do século XIV. Uma viagem imaginária e excitante à Idade Média. Um pretexto para uma reflexão sobre questões filosóficas como as definições de bem e de mal, das crenças religiosas, dos conceitos e das crenças tanto daquela época, como das actuais.
São muitas as razões para não perder esta oportunidade de ver um espectáculo diferente.
(Informações retiradas da página do Fatias de Cá).
21.11.09
Como Estudar Filosofia?
20.11.09
A Plasticidade da Experiência Humana dois...
Para reflectir sobre a arte e sobre a vida. Sobre a capacidade do ser humano se transcender e, como a educação pode ajudar...
19.11.09
Ética e Poder
Durante os julgamentos de Nuremberga, Hannah Arendt visita Martin Heidegger, seu antigo professor, mentor e amante. Este encontro entre o filósofo convertido ao nazismo e a filósofa judia, depois da guerra, leva-os a reviver o passado. «Hannah e Martin» é uma peça na qual o universo mais íntimo se mistura com a política, a história e a ética, colocando questões pertinentes ao espectador de hoje, tais como:
Dia Internacional da Filosofia
O ECB não deixou de comemorar esta efeméride, preparando aulas em torno do texto A alegoria da caverna de Platão.
18.11.09
Egoísmo Psicológico
16.11.09
Detective das falácias
3. "A Microsoft produz o melhor Software do mercado. Sabemos que produz o melhor Software, porque tem os melhores engenheiros informáticos. A razão pela qual tem os melhores engenheiros é a de poderem pagar-lhes mais do que as outras empresas. Obviamente podem pagar-lhes mais porque produzem o melhor Software do mercado.
Qual a falácia cometida?
Quem tem Razão?
Ana: Não! Que disparate. Os animais não são seres conscientes.
João: Então pensas que só os seres conscientes devem ser considerados eticamente?
Ana: Exacto.
João: Não concordo contigo. Repara que se os animais sentem dor, são sencientes.
Ana: Interessante. Continua.
João: Se os animais são seres sencientes, devemos considerá-los eticamente.
Texto de Valter Boita, Adaptado.
O que é uma acção?
Usamos, no dia-a-dia o termo acção, para designar movimentos e os seus resultados, Assim falamos da acção das chuvas, das marés e assim por diante. Também é habitual pensar na acção identificando-a com comportamentos observáveis. Neste contexto opomos por vezes acção a reflexão. Esta seria assim um processo interior, subjectivo; a acção, um comportamento físico, concreto e observável.
15.11.09
Seremos livres?
Prémio Paz 2009
12.10.09
Hipátia uma filósofa em Alexandria
Os nossos alunos, estranhando a ausência de figuras femininas na história da filosofia, perguntam por vezes se nunca houve nenhuma filósofa. A resposta é sim. Além das muitas filósofas da actualidade, existiu Hipátia. Filósofa e matemática, nascida e educada em Alexandria, mais tarde em Atenas, onde estudou na Academia Neoplatónica, voltando depois a Alexandria para ocupar a cadeira de Plotino na Academia desta cidade. Esforçando-se por pôr em prática o ideal helénico: "Mente sã em corpo são", praticou também ginástica. Aos trinta anos já era directora da Academia. Foi também inventora, sendo-lhe atribuída a invenção do Astrolábio e do Planisfério por exemplo.
Soube, através do blog De Rerum Natura, que vai estrear: "Agora" um filme sobre a vida de Hipátia ou Hipácia; nascida em 370 e assassinada em 415, quando contava 45 anos de idade.
O filme é do realizador Alejandro Amenabar e tem Rachel Weisz no papel de Hipátia. Conta ainda com as participações de Oscar Isaac, Max Minghella, Ashraf Barhom, Michael Lonsdale, Rupert Evans e Howayouh Ershadi.
Uma excelente oportunidade para conhecer melhor esta mulher e a época em que viveu.
Sobre esta época escreveu Carl Sagan no seu livro "Cosmos":
"Há cerca de 2000 anos, emergiu uma civilização científica esplêndida na nossa história, e a base era em Alexandria. Apesar das grandes chances de florescer, ela decaiu. A última cientista foi uma mulher, considerada pagã. O nome era Hipácia. Com uma sociedade conservadora a respeito do trabalho da mulher e do seu papel, com o aumento progressivo do poder da Igreja, formadora de opiniões e conservadora quanto à ciência, e devido a Alexandria estar sob domínio romano, após o assassinato de Hipácia, em 415, a biblioteca de Alexandria foi destruída. Milhares dos seus preciosos documentos foram queimados e perdidos para sempre, e com ela todo o progresso científico e filosófico da época."
Um filme a não perder.
9.10.09
COMO LER OS TEXTOS?
1. Que problema ou problemas está o filósofo a tentar resolver?
a) Como podemos formular de forma rigorosa o problema? Haverá formas subtilmente erradas de formular o problema, talvez semelhante à correcta mas enganadora?
b) Por que razão é esse problema importante? Será mesmo importante? Que diferença faz? Não será apenas uma confusão? Por que razão é uma confusão? E porque razão não é uma confusão?
2. Que teoria propõe o filósofo para resolver o problema?
a) Como poderemos formular e articular rigorosamente essa teoria? Quais são os aspectos mais subtis, que por isso mesmo nos podem escapar?
b) Será essa teoria adequada para resolver o problema? Será uma teoria aceitável? Que consequências tem? Quais são os seus pontos fracos? Quais são os seus pontos fortes?
c) Que outras teorias existem para resolver esses problemas? Será que esta teoria que estamos a estudar é melhor que qualquer outra? Porquê? Que vantagens tem (…) em relação às outras? E que desvantagens tem?
3. Que argumentos apresenta o filósofo?
a) Como podemos formular da forma mais rigorosa possível os argumentos centrais do filósofo?
b) São esses argumentos sólidos? Ou são falaciosos? Ou baseiam-se em premissas inaceitáveis? Se são inaceitáveis, por que razão?
c) Que outros argumentos podemos avançar para apoiar ou refutar as ideias do filósofo? Apresenta o filósofo alguns contra-argumentos aos argumentos que podemos avançar contra ele? Ou ignora-os por completo?
Ler os textos dos filósofos sem fazer estas perguntas é empobrecedor e transforma a filosofia num velório de Grandes Filósofos Mortos, em que nos limitamos a repetir as suas ideias sem as perceber muito bem. »
Desidério Murcho, A natureza da filosofia e o seu ensino, Plátano Edições Técnicas, Colecção Aula Prática, 1ª edição, Lisboa, 2002, pp 91-92.
6.10.09
A plasticidade da experiência humana ...
Lucas Murray, uma criança invisual que aprendeu a utilizar a audição para "ver". Um processo de ecolocalização semelhante ao dos morcegos.
4.10.09
Sobre a Arte e Sobre a Vida
Pela companhia Artistas Unidos, na sala principal do Teatro Municipal de S. Luís. Texto (de 1921) de Luigi Pirandello , tradução Mário Feliciano e Fernando José Oliveira, encenação Jorge Silva Melo, cenografia e figurinos Rita Lopes Alves e Luz Pedro Domingos. Com João Perry, Sylvie Rocha, Lia Gama, Pedro Gil, Cândido Ferreira, Pedro Luzindro, Alexandra Viveiros, John Romão, Vânia Rodrigues, António Simão, entre outros, e a participação especial de Mariema. Para maiores de 12 anos. De Quarta a Sábado às 21h00 e Domingo às 17h30; até 18 de Outubro.
Quando a acção começa, o que se vê em cima do palco é um ensaio de teatro. Encenador, produtor, técnicos e actores preparam-se: há ordens dadas alto, aquecimentos de voz, passos de dança, cenários a passar… até que entra uma família de luto que se anuncia como seis personagens à procura de um autor. Viveram um drama e agora vivem outro por terem sido abandonadas pelo seu criador e não haver autor para contar as suas vidas.
“Acredite, somos seis personagens fantásticas, se bem que à deriva”, diz o pai (João Perry) ao encenador incrédulo, que pergunta: “Mas onde é que está a peça?” e surpreendentemente a resposta é “ Está em nós, somos nós.”
A situação é tão bizarra que provoca sorrisos no palco e na plateia: como não há quem aproveite estas figuras, elas deambulam oferecendo-se e tentando convencer o encenador a “continuar as suas vidas interrompidas”, expondo a injustiça e o mérito dramático da sua condição.
Entre o absurdo da conversa compreende-se, com surpresa, o propósito de Pirandello: reflectir a arte enquanto representação da vida, pondo à prova o teatro e todo o talento maior dos actores que nunca chegará para representar a vida e a tragédia destas personagens que a vivem e revivem, repetidamente, presos ao papel que foi escrito para elas e cujo fim desconhecem. O que é vida e o que é ilusão? Para as seis personagens a realidade são elas e “o palco um lugar onde se brinca às verdades”, sem nunca sequer chegar à realidade. Não querem ser representadas pelos actores da companhia. Afinal, como alguém poderia representar melhor a vida de uma personagem do que ela própria?
Por outro lado, Pirandello conduz-nos a uma reflexão sobre a vida e a angústia do homem que busca a compreensão de si e da realidade e se reconhece só e abandonado à sua sorte pelo “autor” que, depois de o criar a ele e ao seu mundo, parece nada lhe dizer em relação àquilo que deve ser a sua conduta ou qual o sentido que deve dar à sua vida, vendo-se assim obrigado a deambular pela vida à procura de si próprio.
A não perder.
3.10.09
Poderemos recusar o filosofar?
Desidério Murcho, (2006), «O Tempo e a Filosofia», Pensar Outra Vez, pág.177, in Criticamente, Artur Polónio e outros, Filosofia 10.º ano, Porto Editora
25.9.09
Ciência e Filosofia
20.9.09
A relação mente/corpo
Ego é o percurso desconcertante de Alex, um neurologista que não acredita na ideia de identidade - "nem essência, nem ego, nem Eu"- mas que, depois de uma experiência que corre mal, "uma viagem num teletransporte tipo Star Trek", se vê privado da vida com a mulher e acaba a questionar tudo. Alice tem um tumor no cérebro ,"Um glioma borboleta! Soou como uma coisa maravilhosa." que vai começar a afectá-la e a fazê-la perder mesmo a consciência da identidade do marido. A chave do problema é discutida pelo pai de Alice, Derek, que trabalha com Alex nas mesmas experiências científicas. O que começa por ser uma peça teórica sobre o cérebro acaba numa angustiante viagem emotiva. Se isso existe, esta peça é um “poema neurológico” , como o poema de Emily Dickinson com que Alex se declarou a Alice.
Um texto muito interessante, muito bem interpretado e com uma encenação clara e concisa no desejo de criar um espectáculo inteligente, capaz de nos espevitar o cérebro (ou mente) . A não perder.
14.9.09
O que é a Filosofia?
Para muitas pessoas, esta é uma actividade que dá imenso prazer. (...) Há mesmo quem pense que: "uma vida não examinada não merece ser vivida."
O Regresso às Aulas.
Os professores de Filosofia desejam, a todos os alunos, um excelente ano de trabalho, cheio de boas experiências e muita diversão.
Aproveitamos para renovar o nosso convite à participação de todos no Logos-ecb.
11.9.09
9.9.09
7.9.09
Congresso de Filosofia
5.9.09
Sobre a Liberdade
4.9.09
Concurso: "Cassini Scientist for a Day"
3.9.09
Ética e Sociedade Global
A reflexão sobre o modo como devemos viver, sobre o bem e o mal ... tem sido uma constante no pensamento filosófico. Já Platão e Aristóteles reflectiram sobre estes problemas. Porém, é no início dos anos setenta que a ética prática ganha importância a par da ética normativa. Isto deve-se em parte a mudanças no seio da filosofia - uma concepção mais aberta da actividade filosófica que considera as discussões metaéticas insuficientes porque inoperantes e à emergência do debate público de problemas como: a eutanásia, o aborto, manipulação genética, liberdade de expressão, exclusão social, fome, justiça social, guerra, terrorismo, problemas decorrentes do avanço da tecnologia, problemas ambientais … e tantos outros. Todo o domínio da ética está em mudança.
Para podermos argumentar séria e cuidadosamente, de modo informado, é fundamental conhecer contextos, possuir toda a informação empírica e filosófica relevante. Conhecer as teorias éticas mais importantes, até porque nenhuma teoria tem aplicação completa em todos os domínios da vida. Uma solução deontológica pode ser boa para resolver o problema da liberdade de expressão e não ser adequada para resolver o problema da justiça retributiva.
No mundo global, os desafios são mais que muitos e os problemas não conhecem fronteiras. Mas podemos colocar a tecnologia ao serviço da ética global da justiça e da responsabilidade. Esta é a posição defendida por Gordon Brown, neste vídeo:
(Com tradução em português do Brasil, para o efeito clicar em view subtitles)
28.8.09
Aparência e Realidade
26.8.09
Música contra a Exclusão...
Gustavo Dudamel, Google imagens
Com a Orquestra Sinfónica Juvenil Simón Bolivar - que já foi considerada uma das Cinco melhores orquestras do mundo-, em 2007, no London BBC Proms.
Alma Llanera:
E Mambo:
Perante a beleza deste projecto, não podemos deixar de pensar em Nietzsche (1844-1900), filósofo para quem a verdadeira actividade metafísica da vida era a arte musical.
Representada pelos instintos apolíneo e dionisíaco, metáforas que simbolizam não só o que podemos compreender da realidade mas a própria realidade. Esta, sendo múltipla inclui todas as dualidades, todas as contradições expressas numa espécie de jogo ou relação de tensão e equilíbrio, em que nenhuma das partes pode ser eliminada. É o modo da unidade primordial, realidade íntima de tudo quanto há no mundo, no cosmos..., se dar a conhecer na "dança da vida" enquanto energia criadora ou vontade de poder. A arte musical permite-nos a experiência do belo e do sublime.