Os nossos alunos, estranhando a ausência de figuras femininas na história da filosofia, perguntam por vezes se nunca houve nenhuma filósofa. A resposta é sim. Além das muitas filósofas da actualidade, existiu Hipátia. Filósofa e matemática, nascida e educada em Alexandria, mais tarde em Atenas, onde estudou na Academia Neoplatónica, voltando depois a Alexandria para ocupar a cadeira de Plotino na Academia desta cidade. Esforçando-se por pôr em prática o ideal helénico: "Mente sã em corpo são", praticou também ginástica. Aos trinta anos já era directora da Academia. Foi também inventora, sendo-lhe atribuída a invenção do Astrolábio e do Planisfério por exemplo.
Soube, através do blog De Rerum Natura, que vai estrear: "Agora" um filme sobre a vida de Hipátia ou Hipácia; nascida em 370 e assassinada em 415, quando contava 45 anos de idade.
O filme é do realizador Alejandro Amenabar e tem Rachel Weisz no papel de Hipátia. Conta ainda com as participações de Oscar Isaac, Max Minghella, Ashraf Barhom, Michael Lonsdale, Rupert Evans e Howayouh Ershadi.
Uma excelente oportunidade para conhecer melhor esta mulher e a época em que viveu.
Sobre esta época escreveu Carl Sagan no seu livro "Cosmos":
"Há cerca de 2000 anos, emergiu uma civilização científica esplêndida na nossa história, e a base era em Alexandria. Apesar das grandes chances de florescer, ela decaiu. A última cientista foi uma mulher, considerada pagã. O nome era Hipácia. Com uma sociedade conservadora a respeito do trabalho da mulher e do seu papel, com o aumento progressivo do poder da Igreja, formadora de opiniões e conservadora quanto à ciência, e devido a Alexandria estar sob domínio romano, após o assassinato de Hipácia, em 415, a biblioteca de Alexandria foi destruída. Milhares dos seus preciosos documentos foram queimados e perdidos para sempre, e com ela todo o progresso científico e filosófico da época."
Um filme a não perder.