Ter autonomia de espírito, ter consciência do mundo e fazer escolhas próprias é melhor, de longe, do que ser passivamente feliz em prejuízo destas coisas. (Anthony Grayling)
13.12.10
Ser consequente
3.12.10
Serão todas as acções explicadas em função do interesse pessoal?
Eu discordo com as pessoas que defendem o egoísmo psicológico e com a teoria de que todas as acções são egoístas, pois a maioria das acções são egoístas mas nem todas o são. Se o egoísmo psicológico defendesse que algumas ou a maioria das acções são egoístas, nesse caso eu concordaria completamente.
Só por as pessoas agirem segundo os seus desejos não significa que estejam a agir de uma maneira egoísta, pois depende do que cada um deseja, se uma certa pessoa quiser o bem e a felicidade de outras pessoas, e se agir segundo esses desejos, então a sua acção não é egoísta. Quando um egoísta psicológico diz que um acto de virtude ou amizade é acompanhado por um prazer secreto é mentira, porque a paixão ou outros sentimentos produzem prazer, e não surgem a partir dele, ou seja, sinto prazer ao fazer bem a um amigo porque gosto dele e sinto amizade por ele, mas não gosto dele por causa desse prazer.
1.12.10
Dia Mundial da luta contra a SIDA 2010
27.11.10
Três razões contra o egoísmo psicológico
Primeiro, as pessoas tendem a confundir egoísmo com interesse próprio. Quando pensamos nisso, vemos que não são de modo algum a mesma coisa. Se vou ao médico quando me sinto mal, estou a agir em função do meu interesse próprio, mas ninguém pensaria em chamar-me «egoísta» por causa disso. De modo semelhante, lavar os dentes trabalhar afincadamente no meu emprego e obedecer à lei, são tudo acções realizadas no meu interesse próprio, mas nenhum destes exemplos ilustra uma conduta egoísta. O comportamento egoísta é o comportamento que ignora os interesses dos outros em circunstâncias nas quais não deviam ser ignorados. [...]
24.11.10
O problema do livre-arbítrio: O contributo do existencialismo
«(...) Somos eu e tu, tomando decisões e assumindo as consequências.(...) Há seis biliões de pessoas no mundo, é verdade. No entanto, as tuas acções fazem diferença para as outras pessoas e servem de exemplo. A mensagem é: não devemos jamais eximir-nos das nossas responsabilidades e vermo-nos como vítimas de várias forças. Quem nós somos é sempre uma decisão nossa. (...) Como se a tua vida fosse a tua obra a ser criada.»
Uma fala da personagem que representa o filósofo Robert Solomon, em mais um excerto do filme Waking life.
Livre-arbítrio e destino
Problema do livre-arbítrio em meia dúzia de palavras
23.11.10
Egoísmo versus altruísmo
22.11.10
20.11.10
Filosofia e Humor
19.11.10
14.11.10
Solidariedade
Vídeo encontrado aqui.
Qual das teorias explica melhor a acção apresentada no vídeo, Utilitarismo ou deontologia? Ambas? Nenhuma? Ou só uma delas?
O que significa discutir ideias?
O objectivo da discussão é descobrir a verdade ou compreender melhor os problemas, por isso a partilha e o aperfeiçoamento das ideias é mais importantes do que fazer valer a nossa opinião ou saber quem tem razão.
Uma discussão filosófica exige honestidade, humildade, vontade de aprender e progredir. Honestidade, porque devemos dizer o que pensamos, baseados em factos ou em bons argumentos, sem estar a querer enganar o outro ou a brilhar à sua custa, as pessoas vaidosas e arrogantes são um obstáculo a uma discussão honesta. Humildade porque devemos aceitar rever as nossas ideias, se forem apresentadas boas razões para o fazermos.
• Definir os problemas com clareza, para que todos saibam sobre o que é que se está a falar e o que é que se está a dizer.
• Pensar: desdobrar problemas e procurar argumentos e hipóteses; avaliar argumentos (seus e dos outros).
• Expor: mostrar aos outros as suas ideias; publicar.
• Ouvir e compreender os argumentos e posições dos outros.
• Justificar e fundamentar as suas próprias ideias; recorrer a factos sempre que isso seja possível e relevante (isto é, sempre que adiante alguma coisa).
• Manter uma atitude positiva em relação aos outros, mas sem abandonar uma postura crítica.
• Ser exigente e crítico em relação às ideias, tanto em relação às ideias dos outros como em relação às suas. Ser exigente e crítico é exigir a fundamentação das ideias propostas e a apresentação de bons argumentos, que não sejam enganadores e sustentem realmente a conclusão.
• Ser claro e transparente.
• Não ofender as pessoas.
Paulo Jorge Domingues Sousa, A filosofia faz-se pensando, Texto adaptado. Criticanarede
9.11.10
Será a arte um tipo de actividade capaz de conferir sentido à vida?
Excerto do ensaio de Neil Levy, "Despromoção e sentido na vida", publicado em "Viver para quê? Ensaios sobre o sentido da vida", Selecção, organização e tradução de Desidério Murcho, Editora Dinalivro, Lisboa,2009
Vídeo do Ted: David Byrne,"(Nothing But) Flowers" legendado em português do Brasil.
7.11.10
O que é argumentar?
5.11.10
Às vezes é preciso relativizar...
Vídeo encontrado aqui
31.10.10
Apelo à piedade
Redigir um ensaio filosófico
Um ensaio filosófico é um texto argumentativo, devidamente estruturado (contendo uma introdução, um corpo de ensaio e uma conclusão), no qual se defende uma posição (tese) sobre um determinado problema filosófico.
• Saber relacionar o problema com a teoria e argumentos em causa.
• Responder a uma dada pergunta/problema filosófico.
• Avaliar criticamente os principais argumentos em confronto.
• Tomar o partido de uma das partes e fundamentar essa opção.
• Identificar as teses em confronto e os argumentos que as sustentam.
• Escolher uma tese para defender.
• Escolher os argumentos mais fortes para sustentarem a tese.
• Prever as objecções à tese que estás a defender.
• Apresentar as respostas às objecções.
Introdução:
• Apresenta o (s) objectivo (s) do ensaio.
• Mostra a importância do problema.
Corpo do ensaio:
• Identifica as principais teses em disputa que
respondem ao problema formulado.
• Apresenta a tese que queres defender.
• Apresenta os argumentos.
• Apresenta as principais objecções ao que foi defendido.
• Responde às objecções .
Conclusão:
• Tira as conclusões do teu ensaio, salientando as ideias principais que estão nele contidas.
5. COM QUE CRITÉRIOS O PROFESSOR AVALIARÁ O TEU ENSAIO?
• O problema está correctamente formulado?
• A importância do problema é mostrada?
• As principais teses concorrentes são apresentadas?
• A tese que se pretende defender é óbvia para o leitor?
• Os argumentos são bons e não há falácias evidentes?
• As principais objecções são apresentadas?
• As objecções apresentadas são refutadas?
• As conclusões seguem, efectivamente, das premissas?
• O texto está bem redigido, é objectivo e claro?
• As ideias são apresentadas de forma pessoal?
Resumido e adaptado por Valter Boita de ARTUR POLÓNIO, Como escrever um ensaio filosófico, http://www.criticanarede.com.
4.10.10
25.9.10
Os gostos discutem-se?
Rita: Eu penso que os gostos não se discutem. Quando afirmo "este quadro é belo", não há nada para discutir. Esta frase exprime apenas um juízo de gosto pessoal, nada mais há a acrescentar. Exprime o meu apreço pelo quadro, sinto que é belo e nada mais.
João: Quando afirmas "este quadro é belo" exprimes não só o que sentes mas também algo acerca do quadro.
Rita: Como assim?
João: Repara, se não houvesse algo no quadro que despertasse os teus sentidos, tu não sentirias nada. Deve haver algo nas coisas que nos leva a apreciá-las, por isso apreciamos umas e outras não.
Rita: Sim, mas os sentimentos são meus e, os nossos sentimentos são genuínos e muito diferentes. Como podemos discuti-los?
João: O que está em causa não são os sentimentos mas as razões pelas quais temos os sentimentos. Apelar aos sentimentos não nos leva a nada. O que interessa é saber porque razão uma obra nos desperta sentimentos e por que razão sentimos apreço por algumas obras e outras não. O modo como nos referimos às obras de arte expressa juízos que ultrapassam o mero gosto pessoal.
Rita: Podes dar um exemplo?
João: Sim. Geralmente dizemos "o quadro é belo" ou "é uma obra-prima", não dizemos "sinto que o quadro é belo", ou "é uma obra-prima de acordo com o meu gosto pessoal". Isto sugere que tem de haver algum acordo sobre este assunto, sem o qual não nos entenderíamos. Por isso penso que os gostos se discutem. O juízo estético comum não é equivalente ao juízo de um especialista. As opiniões não estão todas ao mesmo nível.
Rita: Se assim é, discutem-se com base em que critérios?
João: Com base no padrão de gosto. O filósofo David Hume defendeu que é possível encontrarmos "um conjunto de princípios e observações gerais acerca do que tem sido universalmente aceite como agradável em todos os países e épocas".
Este é diferente da moda, evolui, vai-se formando ao longo do tempo. Hume pensava que "há uma relação entre certas característícas da natureza e a nossa constituição psicológica comum, que favorece certos objectos em relação a outros."
Rita: E como explicas as diferenças de gosto apesar do tal padrão de gosto?
João: Isso deve-se a diferenças de sensibilidade e a diferenças no apuramento do sentido estético. Há pessoas que têm o gosto mais cultivado e desenvolvido, por isso têm maior conhecimento e compreensão dos objectos estéticos.
Rita: Estou a ver... olha João, a prova de que os gostos se discutem é esta nossa conversa (risos).
Mas ainda tenho uma dúvida. Se aceitarmos o padrão de gosto como critério, temos de nos tornar conservadores e conformistas. Como explicas por exemplo a pop art, a música alternativa ou o uso de piercings e tatuagens? Serão apenas expressões de mau gosto?
João: Claro que não Rita. Os pré-conceitos, as modas e os hábitos culturais mesmo os mais radicais, influenciam o padrão de gosto. O facto deste ser aquilo que ao longo do tempo permaneceu como merecedor de atenção, implica "conservar" alguns gostos, mas não implica sermos conformistas. O padrão de gosto evolui e pode incluir inovação e novidade.
14.9.10
13.9.10
Começar a filosofar
Desejamos a todos muito sucesso, relembrando que este se constrói a partir do primeiro dia de aulas.
Supertramp, Logical Song, "Breakfast in America" (1979).
3.9.10
Regresso às aulas ECB 2010/2011
Os professores de Filosofia desejam, a todos os alunos, um óptimo ano lectivo, bom trabalho e muita diversão.
Aproveitamos para renovar o nosso convite à participação de todos no LOGOS-ECB.
27.8.10
O Paradoxo da escolha
23.8.10
Tudo é relativo?
Não é plausível que tudo seja relativo, mesmo que não estejamos de acordo quanto a isso, a existência do actual desacordo não prova a impossibilidade (pelo menos ideal) do acordo. Simplesmente mostra que hoje, ainda não é possível, que talvez seja uma tarefa difícil, talvez sempre imperfeita e inacabada, aliás como qualquer empreendimento humano.
Ah! Isso é relativo…
Nem mesmo a nossa experiência individual depende inteiramente de nós, é influenciada pelas propriedades das coisas e do ambiente que nos estimulam. Perceber algo como azul, depende do nosso aparelho perceptivo mas também da luz, do modo como o objecto reflecte a luz, das condições ambientais… que existiriam mesmo que o sujeito não existisse.
2. A verdade é independente da perspectiva sob a qual é avaliada, é objectiva.
3. É possível haver acordo sobre a verdade e por isso esta é universal.
22.8.10
Pensar com autonomia
18.8.10
Relativismo cultural (dois)
Relativismo cultural
Alexander George (org), Que Diria Sócrates, 2008, Lisboa, Gradiva, pp.83-86
15.8.10
Iluminismo...
13.8.10
Universalidade (três) - Humanidade
12.8.10
Universalidade (dois) - Cuturas e Civilização
Fernando Savater
No vídeo, entrevista que o filósofo deu à RTPN.
Universalidade o que significa?
10.8.10
9.8.10
Alain de Botton - sucesso e fracasso
Traduzido para português por Sérgio Lopes.
4.8.10
Pulseiras e hologramas quânticos
Reconhecer e analisar falácias implica pensar criticamente para avaliar os argumentos mas também as crenças que aceitamos sem fundamento. O pensamento crítico é tanto ou mais importante quanto os novos (ou serão já muito velhos?) manipuladores se apresentam mais sofisticados do que os antigos contrabandistas de feira. Porque agora já não exploram apenas a ingenuidade e o senso comum, mas exploram também a ciência usando instituições e um discurso pretensamente científico para iludir os menos esclarecidos.
27.7.10
O sentido da Vida
Manuel Forjaz, no Ignite Portugal.
22.7.10
9.7.10
"Revolução" de valores
6.7.10
O universo a 3D
5.7.10
A (I)moralidade da guerra
Infelizmente a guerra tem sido uma constante na vida humana. O século vinte conheceu várias e nos nossos dias, o conflito no Médio Oriente parece longe do fim.
Neste trabalho procuramos responder à questão de saber se a guerra é racionalmente justificável e, se sim, que princípios a poderão justificar e em que condições. Trata-se de saber se haverá alguma razão para um Estado atacar violentamente outro e se, no caso de ser atacado, haverá alguma legitimidade para responder da mesma forma.
Além de impedir que a violência aumente, o argumento pacifista também impede o efeito “bola de neve” e a vingança. A violência gera sempre mais violência, a vingança da morte de um familiar ou amigo por exemplo, leva a outra acção do mesmo tipo. Assim, ao negar o uso da violência, o argumento pacifista acaba com este efeito. Em resposta às possíveis críticas, O pacifista defende que o verdadeiro amor à pátria é aquele que, não tendo outra saída senão a guerra, resiste fazendo sobreviver a nação, em vez de incitar à morte levando-a à destruição.
1.7.10
Será a clonagem eticamente aceitável? (Dois)
A clonagem reprodutiva baseia-se na reprodução integral de um ser a partir de outro já existente. Alguns cientistas consideram que este processo poderá resolver muitos problemas de infertilidade; pais que nunca conseguiram ter filhos poderão finalmente ter um, que seria pelo menos geneticamente igual a um dos progenitores.
Mas este assunto é problemático já que envolve a manipulação da vida humana. Quem é contra a clonagem reprodutiva afirma que não é eticamente aceitável na medida em que um clone enfrentaria muitos problemas e não seria ético nem justo “condená-lo” a uma vida nestas condições. Iremos procurar mostrar que estes argumentos não são muito plausíveis.
Outro argumento usado contra a clonagem reprodutiva é o facto de a clonagem criar relações familiares artificiais e atípicas. Primeiro, teremos de recusar a primeira parte do argumento. Considerar que o clone de um dos progenitores é menos filho do que um filho vulgar é uma ideia absurda. As relações de parentesco criam-se com base em relações afectivas e não em relações biológicas, os casos de adopção são um exemplo esclarecedor. Em relação à segunda parte temos de considerar que a família típica não é o único modelo possível. As famílias já são compostas por filhos de casamentos diferentes, filhos adoptados, filhos educados por pais homossexuais, crianças que resultam de inseminação artificial, pelo que a família chamada atípica é uma expressão demasiado ambígua, por isso pensamos que os clones não seriam tão difíceis de aceitar na sociedade, seriam como um filho que tem dois pais ou duas mães.
A ideia de que ao legalizarmos a clonagem humana, estaríamos a abrir caminho para a criação de grandes exércitos maléficos dispostos a destruir o mundo, é uma ideia absurda infelizmente veiculada por alguns filmes de ficção científica. Na verdade corremos sempre esse risco, temos o forte exemplo do holocausto, mas o mundo conseguiu travar Hitler e os seus seguidores. Temos muito mais a temer daqueles que têm mentes perversas e a manipulação é um risco que todos corremos.
Concluindo, a clonagem reprodutiva deve ser aceite, embora dentro de certos parâmetros para evitar abusos. A técnica tem de ser segura, as pessoas têm de estar bem informadas sobre o que vão enfrentar, e nunca se deve permitir fazer um clone de alguém sem o seu consentimento.
Adriana Passarinho, Guilherme Passarinho e Mariana Agostinho
11.º D