«Ardi Rizal tem apenas dois anos, mas é já um campeão em maus hábitos. Sentado no seu carrinho de brincar preferido, fuma mais de 40 cigarros por dia. A criança, nascida na Indonésia, fumou o primeiro cigarro quando tinha 18 meses e a partir daí não largou mais o vício.
Foi o pai, Mohammed, quem lhe deu o primeiro cigarro. A mãe, Diana, diz: “é completamente viciado. Se não lhe damos cigarros, fica zangado, grita e bate com a cabeça nas paredes. Diz-me que se sente doente”.»
Ler mais.Foi o pai, Mohammed, quem lhe deu o primeiro cigarro. A mãe, Diana, diz: “é completamente viciado. Se não lhe damos cigarros, fica zangado, grita e bate com a cabeça nas paredes. Diz-me que se sente doente”.»
Jornal ionline
3 comentários:
É , mais uma vez, a velha questão do relativismo cultural e absolutismo moral. O pai entende como normal, mas, seria normal expor um bebe ao veneno de maneira irresponsável? E outros “ terríveis” hábitos (do ponto de vista etnocêntrico) que ocorrem alhures todos os dias e não tomamos conhecimento? Talvez o único absurdo das cenas seja o fato de serem divulgadas fora do contexto cultural de onde foram tomadas e expostas assim, no mundo todo, cruas, sujeitas a olhares míopes, fixos nos nossos umbigos.
Congratulações pela constância do blog e salutares provocações filosóficas.
Joaquim
Olá Joaquim,
Concordo plenamente quando refere o absurdo da "sociedade de informação" que, sem qualquer pudor ou respeito, exibe a imagem de uma criança inocente. Foi por essa razão que não publiquei nenhuma imagem no blogue.
Concordo também que, para podermos compreender (diferente de aceitar) principalmente hábitos e valores culturais, temos de os contextualizar. Em Portugal há alguns anos era habitual em muitas famílias rurais dar pão com vinho (sopas de vinho) às crianças. Acreditava-se que as fortalecia. Sabemos hoje, que o fígado antes dos dezoito anos de idade, não consegue metabolizar as moléculas do alcool. Quem assim procedia, prejudicava inconscientemente e ingenuamente, a saúde dos seus filhos.
Todas as culturas terão histórias deste tipo. Não é uma "prerrogativa" de algumas.
Mas há dois aspectos do seu comentário com os quais não estou inteiramente de acordo. São eles: a questão do relativismo moral e absolutismo moral e a questão subjacente à ideia de que em relação a valores nunca podemos tomar uma posição objectiva sem cairmos no etnocentrismo.
As estes aspectos responderei mais tarde, por ora falta-me o tempo necessário.
Obrigado pelo comentário.
Saudações fil.
Graça
Professora,
...e nem precisa ser de outra cultura, basta outro tempo. Criança tomei muito vinho com meu avô à mesa (não por acaso português), trafeguei sem cinto de segurança no banco da frente do carro do meu pai, ganhei uma metralhadora de brinquedo como presente de seis anos e minha mãe foi criticada pelo pediatra por dar-me o peito como refeição. Considero que tive uma ótima educação, em uma boa família. Outros tempos, hoje talvez prendê-lo-iam por negligência.
Saudações.
Joaquim
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