Neste texto discute-se o problema
dos critérios valorativos, nomeadamente saber se existem juízos de valor
objetivamente verdadeiros ou falsos. A posição aqui defendida é que a teoria
objetivista é a mais razoável podendo, portanto, existir juízos objetivamente
verdadeiros ou falsos.O subjetivismo e o relativismo defendem que os valores não são propriedades objetivas do mundo sendo antes verdadeiros ou falsos, apenas em função da avaliação dos indivíduos ou das culturas, respetivamente. Porém, o objetivismo afirma que os valores são propriedades objetivas do mundo, independentes das valorações realizadas pelos sujeitos e/ou culturas. Esta teoria considera que através de um diálogo intercultural é possível estabelecer critérios transubjetivos e transculturais que permitam resgatar as questões morais no domínio da simples opinião e sentimentos pessoais ou da autoridade da tradição cultural.
Quem é contra esta perspetiva pode sempre afirmar que não podem existir opiniões éticas objetivamente verdadeiras porque não existe uma realidade a que possam ou não corresponder, o que até é correto, mas isso não implica que não existam verdades objetivas nesta área, pois se utilizarmos métodos de raciocínio fiáveis, capazes de determinar a verdade e a falsidade neste domínio, podemos estabelecer verdades objetivas, como fazemos por exemplo no domínio da matemática. Isto é, a ética é objetiva se descobrirmos o que é certo ou errado examinando cuidadosamente razões e argumentos, baseando-nos em todos os conhecimentos que as várias disciplinas científicas nos disponibilizam, de relevante para a definição de uma vida boa humana, chegando assim a conclusões racionais, aceitáveis por todos, independentemente de sensibilidades pessoais e condicionalismos culturais.
Considera-se, geralmente, que o subjetivismo valoriza e promove a liberdade individual pois, desta perspetiva, cada sujeito pode agir e avaliar de acordo com as suas convicções pessoais. Isto é, no entanto, facilmente refutável pois, se assim fosse, a ética seria arbitrária, uma vez que todos os juízos seriam verdadeiros por mais repugnantes que fossem.
Um forte argumento a favor do relativismo é que este promove a coesão social uma vez que, ao definir o que é certo e errado em função do que a maioria da sociedade pensa, valoriza o indivíduo enquanto parte de um todo. Ainda assim é pouco razoável, pois pode conduzir-nos ao conformismo porque, se todos devessem conformar-se com o que a maioria acredita, teríamos de aceitar que as maiorias estariam sempre certas e as minorias erradas, não fazendo sentido lutar por uma sociedade melhor e pela mudança de mentalidades, na nossa própria sociedade.
Para concluir, a posição defendida neste texto é que podem realmente existir juízos de valor objetivamente verdadeiros ou falsos, podendo estes ser consensualmente estabelecidos através de um diálogo intercultural, racional, tolerante e crítico; independentes de qualquer avaliação por parte de indivíduos e/ou culturas, proporcionando a imparcialidade possível e a evolução moral de todos, do que é já um bom exemplo a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Pedro Rocha
10ºB Nº 23
Imagem do Google - M.C. Escher, Good and Evil
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