Recentemente, na aula
de Filosofia vimos e analisamos, um filme inebriante e inspirador, Into The Wild. Realizado por Sean Penn,
é a interpretação cinematográfica da aventura de Christopher McCandless que, com 22
anos, sente que vive uma falsidade encenada pela sua família, sendo o seu pai bígamo
e a sua mãe conivente, ambos um pouco superficiais, contrastando com
Christopher, que vivia alimentando o intelecto dispensando o materialismo,
futilidade, hipocrisia e modo de vida consumista. A sua identidade não está ainda
definida e é no âmbito da procura de si mesmo, do âmago da felicidade e da autenticidade
pessoal que parte para uma aventura, rumo ao Alasca. É nesta viagem que o filme
se centra.
Ao longo dos dois anos de aventura, o protagonista assume-se
como naturalista radical e adota o nome de "Alex Supertramp", Alex
Vagabundo. A sua posição relativamente à felicidade é clarificada quando, no
leito da sua própria morte por inanição e no auge da sua consciência, Christopher
se liberta dos seus dogmas e, ao imaginar-se nos braços da família, reavalia a
sua vida e concluí que a felicidade só é
verdadeira quando é partilhada.
O filme propõe reflexão, na qual se
evidenciam vários problemas filosóficos. Questões como as relações afetivas,
identidade, sentido da vida, verdade, egoísmo psicológico, livre-arbítrio, sociedade
e felicidade, são algumas delas e são matéria exigente do espírito e pensamento
livre de dogmas, mantendo-se atuais.
Este é um filme muito bem construído e especial, desde a
narrativa em retrospetiva bem elaborada e conseguida, passando pela banda sonora
– criada por Eddie Vedder e interligada com a ação em si -, enriquecendo-se com
as excelentes captações da natureza com que o espectador é presenteado, percorrendo
o excelente trabalho do elenco - particularmente a excelente “encarnação” de
Christopher, pela parte de Hemile Hirsch - passando pela carga emotiva incutida
nas cenas e pela contextualização de citações clássicas que contribuem em muito
para a reflexão pessoal e, enriquecimento cultural. A história em si, é deveras
comovente. Concluindo, este foi o filme mais espetacular que já vi, pois
observando a descoberta de Christopher, o conhecimento de si mesmo e do mundo,
procuramo-nos também a nós próprios e conhecer o nosso interior é aprender a
exterioriza-lo e, assim, viver.
Beatriz Lourenço 10.º E
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