Filmes como RoboCop, Terminator e mais recentemente AI (Inteligência Artificial), bem como os avanços na ciência, fazem-nos crer que um dia existirão máquinas inteligentes capazes de pensar e agir como um ser humano.
Este assunto é importante porque se isso vier a acontecer, teremos de alargar o nosso conceito de sujeito ético às máquinas. Neste contexto os avanços da Inteligência Artificial, área de pesquisa da ciência da computação dedicada a encontrar métodos ou dispositivos computacionais que possuam ou simulem a capacidade humana de resolver problemas ou pensar de forma ampla, tem de ser tida em conta.
Para as máquinas igualarem as capacidades humanas teriam de estar equipadas com os programas mais avançados e teriam de ser autoconscientes quando colocam em acção esses programas. É claro que os computadores têm capacidades impressionantes de cálculo e processamento de informação, no entanto, aspectos como a singularidade e a individualidade, parecem-nos difíceis de reproduzir por uma máquina.
A diversidade e a singularidade caracterizam os seres humanos. Além de substituirem as capacidades humanas, as máquinas teriam de ser autoconscientes e teriam de percepcionar-se como seres auto-reguladores e únicos sendo criativas no modo como executam os seus programas, o que parece estar longe de acontecer. Muitas capacidades humanas têm sido simuladas com sucesso pela inteligência artificial, como por exemplo as capacidades linguísticas, a percepção, o reconhecimento de padrões, mas não existem tentativas de simular outras capacidades como a afectividade e a personalidade. A nosso ver, estamos muito longe dessa possibilidade.
O matemático Alan Turing sugeriu a ideia de que, se um computador passasse um determinado teste, conhecido como teste de Turing, então estaria provado que os estados cognitivos humanos poderiam ser replicados pelos computadores, isto é, se um computador passasse o teste teria necessariamente uma mente.
O teste proposto por Turing consistia em levar a cabo uma experiência com duas pessoas e um computador. Nesta experiência uma pessoa isolada faz uma série de perguntas que são respondidas pelo computador e pela outra pessoa. O computador passa o teste se o indivíduo que faz as perguntas não conseguir descobrir qual dos interlocutores é a máquina e qual é o humano. Turing previa que os computadores estariam brevemente aptos a passar o teste, contudo, nem os computadores tecnologicamente mais avançados da actualidade são capazes de o fazer. Este facto, obviamente, não invalida o teste.
O teste proposto por Turing consistia em levar a cabo uma experiência com duas pessoas e um computador. Nesta experiência uma pessoa isolada faz uma série de perguntas que são respondidas pelo computador e pela outra pessoa. O computador passa o teste se o indivíduo que faz as perguntas não conseguir descobrir qual dos interlocutores é a máquina e qual é o humano. Turing previa que os computadores estariam brevemente aptos a passar o teste, contudo, nem os computadores tecnologicamente mais avançados da actualidade são capazes de o fazer. Este facto, obviamente, não invalida o teste.
Mais tarde, o filósofo John R. Searle propôs outro teste, designado como argumento do Quarto Chinês. Consistia numa experiência mental, em que um sujeito, que apenas fala Inglês, está trancado num quarto com um manual sofisticado que lhe permite relacionar caracteres chineses. O sujeito manipula estes símbolos seguindo as regras propostas no manual. Torna-se assim capaz de responder às mensagens enviadas pelos seus guardas chineses com tal eficácia que eles não conseguem descobrir se ele é ou não, chinês. Esta experiência põe em causa o Teste de Turing. Mostra que a implementação de um programa de computador não é por si só suficiente para a atribuição de estados mentais genuínos aos computadores. Para avaliarmos correctamente estas experiências seria fundamental distinguir simulação e réplica, o que é muito difícil de fazer, por isso a nossa conclusão é a de que as máquinas (computadores…) ainda estão bastante longe de atingir as capacidades de um ser humano.
Mas o que aconteceria se pudéssemos substituir gradualmente o nosso cérebro por chips de sílica que preservassem as nossas funções mentais? Poderíamos acabar por ficar com um cérebro inteiramente artificial e, se ao longo do processo não perdêssemos nenhuma das nossas capacidades, então seria possível um dia a existência de cérebros artificiais capazes de pensar, ou não?
Imagens: Google, ADN e imagem do filme "AI" de Steven Spielberg
Lucas Grilo, Diogo Paulino e Bruno Carreira
11.º E
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