9.4.11

Prémio UBI “Jovem Filósofo”

Prémio UBI “Jovem Filósofo” 2ª Edição

Candidaturas até 15 de Julho de 2011.

Estão abertas as candidaturas para a segunda edição do Prémio UBI “Jovem Filósofo”. Este prémio, que é uma iniciativa da Comissão do Curso de Licenciatura em Filosofia da Universidade da Beira Interior, destina-se a alunos que frequentam o Ensino Secundário e tem como propósito reconhecer um trabalho de excelência, submetido anonimamente a concurso, sobre um problema filosófico considerado relevante. Nesta segunda edição, o tema proposto é o seguinte: “Porque fazemos aquilo que fazemos?”.

23.3.11

Os Direitos dos Animais




Os Animais Têm Direitos? Perspectivas e Argumentos, organização e tradução de Pedro Galvão, Lisboa, Dinalivro, 2010, 240 pp.


Para os alunos que pretendem trabalhar esta questão.



22.2.11

Teste Intermédio - critérios de correcção


Ao clicarem AQUI terão acesso aos critérios de correcção do Teste Intermédio de Filosofia.

14.2.11

Testes intermédios

Aqui fica a informação do GAVE sobre os teste intermédios de Filosofia
Conteúdos programáticos:

MÓDULO II – A ACÇÃO HUMANA E OS VALORES

Unidade 1. A acção humana – análise e compreensão do agir

1.1. A rede conceptual da acção
1.2. Determinismo e liberdade na acção humana

Unidade 2. Os valores – análise e compreensão da experiência valorativa

2.1. Valores e valoração – a questão dos critérios valorativos
2.2. Valores e cultura – a diversidade e o diálogo de culturas

Unidade 3. Dimensões da acção humana e dos valores

3.1. A dimensão ético-política – análise e compreensão da experiência convivencial
3.1.1. Intenção ética e norma moral
3.1.2. A dimensão pessoal e social da ética – o si mesmo, o outro e as instituições
3.1.3. A necessidade de fundamentação da moral – análise comparativa de duas
perspectivas filosóficas.

21.1.11

A filosofia não é "adversarial"



Porque em filosofia argumentamos uns com os outros sobre questões filosóficas é natural pensar que a filosofia é um processo "adversarial" [antagónico] como dois advogados (o de acusação e o de defesa) que argumentam um contra o outro num tribunal. Contudo, há duas razões pelas quais esta comparação dos filósofos com os advogados não é boa. Em primeiro lugar, o objectivo de cada advogado é ganhar a causa do seu cliente — quer o seu cliente esteja inocente quer não. Pelo contrário, o objectivo de dois filósofos que se encontrem a argumentar um com o outro é chegar à verdade — seja ela qual for e seja quem for que tenha razão. Como um estudante afirmou, eloquentemente, o objectivo de cada advogado é ganhar a causa, quer ele tenha a verdade quer não, ao passo que o objectivo de cada filósofo é chegar à verdade, quer ele ganhe o argumento quer não. (Sendo os filósofos seres humanos, nem sempre são assim tão imparciais, mas o ideal é este.)
Em segundo lugar, num julgamento há uma autoridade (o juiz ou o júri) que os advogados tentam persuadir, e que em última análise determina se o acusado está ou não inocente. Em filosofia, pelo contrário, não há qualquer juiz ou júri com autoridade para tornar uma posição incorrecta e a outra correcta. Só existimos nós. Claro que alguns de nós sabem mais do que outros sobre questões filosóficas, e o mais sábio é ficar atento e aprender com quem sabe mais do que nós, mas quando chega o momento de tomar decisões relativamente a um tema filosófico somos todos igualmente responsáveis pelas nossas crenças e devemos por isso tomar, cada um de nós, as suas próprias decisões.

Richard E. Creel
Tradução de Desidério Murcho
Thinking Philosophically, Blackwell, Oxford, 2001, p. 88

16.1.11

Filosofia em Directo

No próximo dia 27 de Janeiro, quinta-feira, o livro Filosofia em Directo, de Desidério Murcho, será lançado com o jornal Público, por apenas mais 3,15€ .
Informação retirada do Crítica: blog de filosofia.

13.12.10

Ser consequente

Vincent Van Gogh, O semeador, 1888

«Ser consequente é a maior obrigação de um filósofo e a que mais raramente se encontra. As antigas escolas gregas fornecem-nos disso mais exemplos do que aqueles com que deparamos na nossa época sincretista, em que se fabrica um certo sistema de coligação de princípios contraditórios, repleto de desonestidade e de ligeireza, porque convém mais a um público que se contenta com saber de tudo alguma coisa, sem nada saber em suma, e com lançar a sua mão a todas as coisas.»
Kant, Crítica da Razão Prática, ed. 70, p. 35

3.12.10

Serão todas as acções explicadas em função do interesse pessoal?

O egoísmo psicológico é uma teoria descritiva sobre o comportamento humano. Segundo o egoísmo psicológico todas as acções são egoístas e as pessoas agem sempre em função do seu próprio interesse pessoal e para seu próprio benefício, ou seja, um acto egoísta é quando o agente deseja com a acção algo de bom para si, a acção tem como motivos o interesse pessoal do agente e tem como finalidade o seu prazer, a preocupação com os outros é uma ilusão. O egoísmo psicológico defende que todas as acções são egoístas, porque faz parte da natureza humana e que a realização de actos supostamente altruístas produz uma grande satisfação no agente, um estado de consciência aprazível e, por isso, o verdadeiro motivo desses actos não é fazer bem aos outros, mas produzir esse estado de consciência no próprio agente.

Eu discordo com as pessoas que defendem o egoísmo psicológico e com a teoria de que todas as acções são egoístas, pois a maioria das acções são egoístas mas nem todas o são. Se o egoísmo psicológico defendesse que algumas ou a maioria das acções são egoístas, nesse caso eu concordaria completamente.

Só por as pessoas agirem segundo os seus desejos não significa que estejam a agir de uma maneira egoísta, pois depende do que cada um deseja, se uma certa pessoa quiser o bem e a felicidade de outras pessoas, e se agir segundo esses desejos, então a sua acção não é egoísta. Quando um egoísta psicológico diz que um acto de virtude ou amizade é acompanhado por um prazer secreto é mentira, porque a paixão ou outros sentimentos produzem prazer, e não surgem a partir dele, ou seja, sinto prazer ao fazer bem a um amigo porque gosto dele e sinto amizade por ele, mas não gosto dele por causa desse prazer.
Concluindo, mesmo que as pessoas sintam prazer a fazer bem aos outros isso não significa que a vontade de obter esse prazer tenha sido a causa ou o motivo da acção praticada, pois o prazer pode ter sido um efeito ou uma consequência da acção. Há várias objecções e razões fortes aos argumentos favoráveis ao egoísmo, uma razão por exemplo é a falta de poder explicativo por parte do egoísmo psicológico. Dando o exemplo de Lincoln que quando viajava mandou parar a carruagem e foi salvar os leitões de uma porca que estavam quase a afogar-se, e como Lincoln defendia o egoísmo psicológico explicou a sua acção dizendo que ficaria com a consciência pesada durante o resto do dia se não tivesse salvado os leitões, logo praticou a sua acção de salvar os leitões para não ficar com a consciência pesada, ou seja, praticou a acção para seu próprio interesse pessoal. Eu discordo com esta explicação dada por Lincoln, pois se Lincoln fosse realmente egoísta não ficaria com a consciência pesada por não ter salvo os leitões, porque os egoístas não se preocupam com o bem dos outros a não ser o seu.
Rui Mendes, 10.º D

1.12.10

Dia Mundial da luta contra a SIDA 2010


Vale a pena conhecer as iniciativas da Associação Abraço em http://abracoeventos.wordpress.com/
Informa-te, protege-te, participa, contribui.

27.11.10

Três razões contra o egoísmo psicológico


Primeiro, as pessoas tendem a confundir egoísmo com interesse próprio. Quando pensamos nisso, vemos que não são de modo algum a mesma coisa. Se vou ao médico quando me sinto mal, estou a agir em função do meu interesse próprio, mas ninguém pensaria em chamar-me «egoísta» por causa disso. De modo semelhante, lavar os dentes trabalhar afincadamente no meu emprego e obedecer à lei, são tudo acções realizadas no meu interesse próprio, mas nenhum destes exemplos ilustra uma conduta egoísta. O comportamento egoísta é o comportamento que ignora os interesses dos outros em circunstâncias nas quais não deviam ser ignorados. [...]
Uma segunda confusão mistura o comportamento em função do interesse próprio com a procura de prazer. Fazemos muitas coisas porque gostamos de as fazer, mas isso não significa que estejamos a agir em função do interesse próprio. Um homem que continue a fumar cigarros mesmo depois de ter conhecimento da relação entre o fumo e o cancro não está certamente a agir segundo o seu interesse próprio, nem mesmo pelos seus próprios padrões - o interesse próprio ditaria que parasse de fumar - e não está a agir de forma altruísta. Ele fuma, sem dúvida, pelo prazer de fumar, mas isso apenas mostra que a procura indisciplinada do prazer e a defesa do interesse pessoal são coisas diferentes.
Uma terceira confusão consiste na suposição comum, mas falsa, de que a nossa preocupação pelo nosso próprio bem-estar é incompatível com uma genuína preocupação com os outros. Sendo óbvio que todas as pessoas (ou quase todas) desejam o seu próprio bem-estar, poderia pensar-se que ninguém pode estar realmente preocupado com o bem-estar dos outros. Mas isto é uma dicotomia falsa. Não há qualquer inconsistência em desejar que todos, incluindo nós mesmos e os outros, sejam felizes. Na verdade, os nossos interesses podem por vezes entrar em conflito com os interesses de outras pessoas, e podemos então ter de fazer escolhas difíceis. Mas mesmo nestes casos optamos por vezes pelos interesses dos outros, especialmente quando os outros são nossos amigos ou familiares. [...]
James Rachels, Elementos de Filosofia Moral, pág. 108-109

24.11.10

O problema do livre-arbítrio: O contributo do existencialismo

«(...) Somos eu e tu, tomando decisões e assumindo as consequências.(...) Há seis biliões de pessoas no mundo, é verdade. No entanto, as tuas acções fazem diferença para as outras pessoas e servem de exemplo. A mensagem é: não devemos jamais eximir-nos das nossas responsabilidades e vermo-nos como vítimas de várias forças. Quem nós somos é sempre uma decisão nossa. (...) Como se a tua vida fosse a tua obra a ser criada.»

Uma fala da personagem que representa o filósofo Robert Solomon, em mais um excerto do filme Waking life.


Livre-arbítrio e destino

Gonçalo: Hoje a aula de filosofia pôs-me a pensar numa coisa que nunca tinha pensado antes.
Vilma: Em quê?
Gonçalo: Até hoje sempre julguei que fôssemos livres, contudo eu acredito que todas as nossas escolhas e decisões são livres, mas estão destinadas.
Vilma: Mas não foi disso que falámos. O problema do livre-arbítrio pretende analisar se é possível conciliar o determinismo que ocorre no Universo com a crença de que somos livres.
Gonçalo: Eu sei. Mas a verdade é que para mim o destino é compatível com o nosso livre-arbítrio. Ou seja: eu escolho fazer algo, sou responsável pela decisão que fizer, portanto tenho de responder às consequências do meu acto, no entanto, essa decisão não foi ao acaso, entendes?
Vilma: Lá por não ter sido por acaso, será que foi pelo destino? Gonçalo, cá para mim estás a confundir as coisas. Primeiro, há uma concepção determinista que se encontra justificada pelas ciências, por outro, uma visão fatalista que se ampara nas religiões, por exemplo, os muçulmanos acreditam muito no destino. A meu ver, assumir essa perspectiva fatalista deturpa a visão que temos da realidade e do nosso papel no mundo. Estou convencida de que as nossas escolhas e decisões permitem-nos construir a nossa identidade. Se acreditasse no destino, estaria a assumir que eu não sou a autora da minha vida, que tudo o que nela ocorre se limita a perseguir um objectivo que me escapa das mãos e me transcende.
Gonçalo: Deixaste-me ainda mais confuso agora.
Questão: Será aceitável acreditar no destino?

Problema do livre-arbítrio em meia dúzia de palavras


Neste excerto do filme de Richard Linklater, Waking life podes encontrar argumentos e imagens que nos explicam de modo claro um dos mais perturbantes problemas filosóficos de sempre: o do livre-arbítrio.



Para acederes ao excerto, basta clicares no título do post.

23.11.10

Egoísmo versus altruísmo


O Hugo Paciência (10.º H) pergunta:


«Qualquer jogo de pares tem de ter pelo menos duas pessoas para ser jogado. Sabendo isso, para eu o querer jogar preciso de outro jogador. Se encontrar outra pessoa, convido-a a jogar, logo estou a deixá-la jogar. Com isto estou a ser altruísta, pois estou a deixar essa pessoa jogar, satisfazendo os seus desejos, mas também estou a ser egoísta pelo facto de estar a usar essa pessoa para satisfazer o meu desejo, que era jogar.»


Nesta situação, o agente está a ser egoísta, altruísta ou ambos? Como resolveriam este problema filosófico?

19.11.10

14.11.10

Solidariedade

Vídeo encontrado aqui.

Qual das teorias explica melhor a acção apresentada no vídeo, Utilitarismo ou deontologia? Ambas? Nenhuma? Ou só uma delas?

O que significa discutir ideias?


Em primeiro lugar, discutir significa dialogar, debater; trocar ideias e argumentos. Não devemos confundir este sentido do termo com o sentido mais vulgar, segundo o qual discutir é insultar e gritar. As discussões devem ser consequentes. Quer dizer, devemos explorar e aceitar as consequências lógicas das nossas ideias. Se não gostamos das consequências, temos de mudar as ideias.
O objectivo da discussão é descobrir a verdade ou compreender melhor os problemas, por isso a partilha e o aperfeiçoamento das ideias é mais importantes do que fazer valer a nossa opinião ou saber quem tem razão.
Uma discussão filosófica exige honestidade, humildade, vontade de aprender e progredir. Honestidade, porque devemos dizer o que pensamos, baseados em factos ou em bons argumentos, sem estar a querer enganar o outro ou a brilhar à sua custa, as pessoas vaidosas e arrogantes são um obstáculo a uma discussão honesta. Humildade porque devemos aceitar rever as nossas ideias, se forem apresentadas boas razões para o fazermos.
Quando entramos numa discussão, devemos pôr em prática uma série de capacidades:
• Observar: colher informação e organizá-la.
• Definir os problemas com clareza, para que todos saibam sobre o que é que se está a falar e o que é que se está a dizer.
• Pensar: desdobrar problemas e procurar argumentos e hipóteses; avaliar argumentos (seus e dos outros).
• Expor: mostrar aos outros as suas ideias; publicar.
• Ouvir e compreender os argumentos e posições dos outros.
• Justificar e fundamentar as suas próprias ideias; recorrer a factos sempre que isso seja possível e relevante (isto é, sempre que adiante alguma coisa).
• Manter uma atitude positiva em relação aos outros, mas sem abandonar uma postura crítica.
• Ser exigente e crítico em relação às ideias, tanto em relação às ideias dos outros como em relação às suas. Ser exigente e crítico é exigir a fundamentação das ideias propostas e a apresentação de bons argumentos, que não sejam enganadores e sustentem realmente a conclusão.
• Ser claro e transparente.
• Não ofender as pessoas.

Paulo Jorge Domingues Sousa, A filosofia faz-se pensando, Texto adaptado. Criticanarede

9.11.10

Será a arte um tipo de actividade capaz de conferir sentido à vida?

“A prática da actividade artística, quando é conduzida ao mais elevado nível, é paradigmática desse tipo de actividade aberta, (…) os próprios fins da arte evoluem juntamente com as actividades que têm por fim atingi-los. Como a procura do bem e da correcção moral, e como a procura da verdade, a arte é uma actividade inerentemente aberta, na medida em que os seus fins estão em causa no seio da própria actividade. Os fins das actividades superlativamente com sentido não podem ser alcançados porque à medida que as actividades evoluem também os fins que visam se alteram e se aperfeiçoam. O conhecimento não é de modo nenhum um caso especial, pela simples razão de que procurar alcançar qualquer um dos nossos objectivos com mais sentido é (…) uma actividade cognitiva: Uma actividade que exige a descoberta e a invenção de novos instrumentos conceptuais e teorias novas e melhores.”
Excerto do ensaio de Neil Levy, "Despromoção e sentido na vida", publicado em "Viver para quê? Ensaios sobre o sentido da vida", Selecção, organização e tradução de Desidério Murcho, Editora Dinalivro, Lisboa,2009


Vídeo do Ted: David Byrne,"(Nothing But) Flowers" legendado em português do Brasil.

7.11.10

O que é argumentar?

Um exemplo do que uma discussão não deve ser... Monty Python, Clínica dos Argumentos, aqui.

5.11.10

Às vezes é preciso relativizar...

Todos passamos por momentos difíceis, a diferença está no modo como encaramos as dificuldades. Neste vídeo encontramos inspiração e motivos para relativizar os nossos problemas.

Vídeo encontrado aqui

31.10.10

Apelo à piedade

Bill Waterson, Calvin e Hobbes

Especialmente para os nossos alunos do décimo primeiro ano, aqui fica o link da revista crítica para o Guia das falácias de Stephen Dones, com tradução e adaptação de Júlio Sameiro.

Redigir um ensaio filosófico

1. O QUE É UM ENSAIO FILOSÓFICO?

Um ensaio filosófico é um texto argumentativo, devidamente estruturado (contendo uma introdução, um corpo de ensaio e uma conclusão), no qual se defende uma posição (tese) sobre um determinado problema filosófico.
2. AO REDIGIRES O TEU ENSAIO DEVES...

• Saber relacionar o problema com a teoria e argumentos em causa.
• Responder a uma dada pergunta/problema filosófico.
• Avaliar criticamente os principais argumentos em confronto.
• Tomar o partido de uma das partes e fundamentar essa opção.

3. COMO SE PREPARA UM ENSAIO?

• Começar por ler os textos indicados pelo professor.
• Identificar as teses em confronto e os argumentos que as sustentam.
• Escolher uma tese para defender.
• Escolher os argumentos mais fortes para sustentarem a tese.
• Prever as objecções à tese que estás a defender.
• Apresentar as respostas às objecções.

4. COMO SE ESTRUTURA UM ENSAIO?

Introdução:
• Formula o problema a tratar.
• Apresenta o (s) objectivo (s) do ensaio.
• Mostra a importância do problema.

Corpo do ensaio:

• Identifica as principais teses em disputa que
respondem ao problema formulado.
• Apresenta a tese que queres defender.
• Apresenta os argumentos.
• Apresenta as principais objecções ao que foi defendido.
• Responde às objecções .

Conclusão:

• Tira as conclusões do teu ensaio, salientando as ideias principais que estão nele contidas.

5. COM QUE CRITÉRIOS O PROFESSOR AVALIARÁ O TEU ENSAIO?

• O problema está correctamente formulado?
• A importância do problema é mostrada?
• As principais teses concorrentes são apresentadas?
• A tese que se pretende defender é óbvia para o leitor?
• Os argumentos são bons e não há falácias evidentes?
• As principais objecções são apresentadas?
• As objecções apresentadas são refutadas?
• As conclusões seguem, efectivamente, das premissas?
• O texto está bem redigido, é objectivo e claro?
• As ideias são apresentadas de forma pessoal?

Resumido e adaptado por Valter Boita de ARTUR POLÓNIO, Como escrever um ensaio filosófico, http://www.criticanarede.com.

25.9.10

Os gostos discutem-se?

Andy Warhol, Marylin, 1964

Rita: Eu penso que os gostos não se discutem. Quando afirmo "este quadro é belo", não há nada para discutir. Esta frase exprime apenas um juízo de gosto pessoal, nada mais há a acrescentar. Exprime o meu apreço pelo quadro, sinto que é belo e nada mais.

João: Quando afirmas "este quadro é belo" exprimes não só o que sentes mas também algo acerca do quadro.

Rita: Como assim?

João: Repara, se não houvesse algo no quadro que despertasse os teus sentidos, tu não sentirias nada. Deve haver algo nas coisas que nos leva a apreciá-las, por isso apreciamos umas e outras não.

Rita: Sim, mas os sentimentos são meus e, os nossos sentimentos são genuínos e muito diferentes. Como podemos discuti-los?

João: O que está em causa não são os sentimentos mas as razões pelas quais temos os sentimentos. Apelar aos sentimentos não nos leva a nada. O que interessa é saber porque razão uma obra nos desperta sentimentos e por que razão sentimos apreço por algumas obras e outras não. O modo como nos referimos às obras de arte expressa juízos que ultrapassam o mero gosto pessoal.

Rita: Podes dar um exemplo?

João: Sim. Geralmente dizemos "o quadro é belo" ou "é uma obra-prima", não dizemos "sinto que o quadro é belo", ou "é uma obra-prima de acordo com o meu gosto pessoal". Isto sugere que tem de haver algum acordo sobre este assunto, sem o qual não nos entenderíamos. Por isso penso que os gostos se discutem. O juízo estético comum não é equivalente ao juízo de um especialista. As opiniões não estão todas ao mesmo nível.

Rita: Se assim é, discutem-se com base em que critérios?

João: Com base no padrão de gosto. O filósofo David Hume defendeu que é possível encontrarmos "um conjunto de princípios e observações gerais acerca do que tem sido universalmente aceite como agradável em todos os países e épocas".

Este é diferente da moda, evolui, vai-se formando ao longo do tempo. Hume pensava que "há uma relação entre certas característícas da natureza e a nossa constituição psicológica comum, que favorece certos objectos em relação a outros."

Rita: E como explicas as diferenças de gosto apesar do tal padrão de gosto?

João: Isso deve-se a diferenças de sensibilidade e a diferenças no apuramento do sentido estético. Há pessoas que têm o gosto mais cultivado e desenvolvido, por isso têm maior conhecimento e compreensão dos objectos estéticos.

Rita: Estou a ver... olha João, a prova de que os gostos se discutem é esta nossa conversa (risos).

Mas ainda tenho uma dúvida. Se aceitarmos o padrão de gosto como critério, temos de nos tornar conservadores e conformistas. Como explicas por exemplo a pop art, a música alternativa ou o uso de piercings e tatuagens? Serão apenas expressões de mau gosto?

João: Claro que não Rita. Os pré-conceitos, as modas e os hábitos culturais mesmo os mais radicais, influenciam o padrão de gosto. O facto deste ser aquilo que ao longo do tempo permaneceu como merecedor de atenção, implica "conservar" alguns gostos, mas não implica sermos conformistas. O padrão de gosto evolui e pode incluir inovação e novidade.

13.9.10

Começar a filosofar

Para começar a filosofar, leiam este texto e também este e vejam o vídeo, encontrado no de rerum natura
Desejamos a todos muito sucesso, relembrando que este se constrói a partir do primeiro dia de aulas.


Supertramp, Logical Song, "Breakfast in America" (1979).

3.9.10

Regresso às aulas ECB 2010/2011


Os professores de Filosofia desejam, a todos os alunos, um óptimo ano lectivo, bom trabalho e muita diversão.
Aproveitamos para renovar o nosso convite à participação de todos no LOGOS-ECB.