Contrariamente aos céticos, não creio que seja possível para nós vivermos como se tudo fosse duvidoso, a nossa natureza inclina-nos instintivamente para acreditarmos nas coisas, as nossas crenças são baseadas em perceções e sentir consiste em lidar com as impressões no momento. Ao pensarmos, estamos a memorizar e copiar impressões adquiridas no momento em que as sentimos. Dividimos assim as impressões em sensações externas, como quando cheiramos uma flor, e sentimentos internos como o que sentimos quando cheirámos a flor. Isto pode ser constatado por cada um de nós, podemos chamar-lhe intuição sensível. Porém, considero o ceticismo parcialmente incurável, porque não deve ser aceite totalmente. É incurável na medida em que não conseguimos provar a existência de um mundo exterior para justificar as nossas crenças mais importantes. Para a maioria de nós, a experiência explica as nossas crenças baseadas nas impressões, mas muitas crenças não são justificáveis dessa forma porque não se baseiam em nenhuma impressão vivenciada por nós, temos de acreditar com base nas impressões dos outros e na veracidade daquilo que estudamos. Contudo, o ceticismo tem limites e não devemos aceitá-lo completamente (a não ser como método) porque isso contraria os nossos instintos mais básicos e põe em causa uma vida equilibrada. Concluindo, temos conhecimento e o seu fundamento é empírico, apesar de haver crenças que não podemos explicar racionalmente de modo completo, resta-nos aprender a viver com isso.
23.4.12
Sabemos o que julgamos saber?
Contrariamente aos céticos, não creio que seja possível para nós vivermos como se tudo fosse duvidoso, a nossa natureza inclina-nos instintivamente para acreditarmos nas coisas, as nossas crenças são baseadas em perceções e sentir consiste em lidar com as impressões no momento. Ao pensarmos, estamos a memorizar e copiar impressões adquiridas no momento em que as sentimos. Dividimos assim as impressões em sensações externas, como quando cheiramos uma flor, e sentimentos internos como o que sentimos quando cheirámos a flor. Isto pode ser constatado por cada um de nós, podemos chamar-lhe intuição sensível. Porém, considero o ceticismo parcialmente incurável, porque não deve ser aceite totalmente. É incurável na medida em que não conseguimos provar a existência de um mundo exterior para justificar as nossas crenças mais importantes. Para a maioria de nós, a experiência explica as nossas crenças baseadas nas impressões, mas muitas crenças não são justificáveis dessa forma porque não se baseiam em nenhuma impressão vivenciada por nós, temos de acreditar com base nas impressões dos outros e na veracidade daquilo que estudamos. Contudo, o ceticismo tem limites e não devemos aceitá-lo completamente (a não ser como método) porque isso contraria os nossos instintos mais básicos e põe em causa uma vida equilibrada. Concluindo, temos conhecimento e o seu fundamento é empírico, apesar de haver crenças que não podemos explicar racionalmente de modo completo, resta-nos aprender a viver com isso.
20.4.12
1.3.12
Debate sobre problemas decorrentes dos jogos on-line
Estas e outras questões serão debatidas dia 21 de Março, pelas 10:10 horas, (durante a semana cultural) na sala polivalente do Centro Cultural Gonçalves Sapinho. Se está interessado, informe-se junto do seu professor de Filosofia.
29.2.12
Carmen Souza em Alcobaça
Poderemos agora vê-los ao vivo, no Cine-Teatro de Alcobaça, no dia 10 de Março, sábado, pelas 21:30 horas. Bilhetes a 7.5€.
17.2.12
O Cerco a Leningrado

Encenada por Celso Cleto, a peça - a mais conceituada obra do dramaturgo espanhol - é uma homenagem aos profissionais de teatro e marca a comemoração, em palco, dos 70 anos de carreira de Eunice Muñoz. A actriz, que contracena aqui com Maria José Paschoal, estreou-se em 1941 no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.
Parece-me uma boa oportunidade de ver trabalhar uma atriz cujo profissionalismo e talento reúnem consenso geral.
Vamos?
9.2.12
Somos todos Gregos

“O nosso [dos europeus] legado ontológico é, como Heidegger insistiu, o do questionamento. E por vezes tão enigmáticos como os números primos que se prolongam até ao desconhecido, os três acta cardinais combinam-se. A matemática habita a música, há uma magia tanto de cadência como de sequência axiomática na grande filosofia. Como alguns místicos e lógicos, como Leibniz, intuíram, quando Deus fala consigo próprio, canta álgebra.
Já aqui o papel fundamental de Hellas é evidente. Três mitos, que se contam entre os mais antigos da nossa cultura, falam das origens e do mistério da música. O que surpreende é a percepção na Grécia arcaica, através das histórias de Orfeu, das Sereias e do desafio mortal de Apolo e Mársias, dos elementos na música para além da humanidade racional, do poder da música para enlouquecer e destruir. A nossa matemática tem sido «grega», pelo menos até à proposta da geometria não-euclidiana e à crise da axiomática implícita na Demonstração de Gödel de incoerência. Pensar, sonhar matematicamente é seguir as pegadas de Euclides e Arquimedes, seguir as primeiras conjecturas relativamente à insolubilidade paradoxal de Zenão. Platão ordenou que não entrasse na sua academia nenhum homem que não fosse geómetra. Todavia, ele próprio dirigiu o intelecto ocidental rumo a questões universais de sentido, moral, direito e política. Como A. N. Whitehead afirmou celebremente, a filosofia ocidental é uma nota de rodapé a Platão e, poder-se-ia acrescentar, a Aristóteles e Plotino, a Parménides e Heraclito. O ideal socrático da vida reflectida, a demanda platónica de certezas transcendentes, as investigações aristotélicas das relações problemáticas existentes entre a palavra e o mundo, estabeleceram a via tomada por Tomás de Aquino e Descartes, por Kant e Heidegger. Assim, estes três notáveis dignitários do intelecto humano e da formação da sensibilidade – música, matemática, metafísica – subscreveram a afirmação de Shelley de que «somos todos gregos». Mas a herança de Atenas estende-se até muito mais longe. O vocabulário das nossas teorias e dos nossos conflitos políticos e sociais, do nosso atletismo e da nossa arquitectura, dos nossos modelos estéticos e das nossas ciências naturais permanece saturada de raízes gregas, em ambos os sentidos da palavra. «Física», «genética», «biologia», «astronomia», «geologia», «zoologia», «antropologia» são palavras derivadas directamente do grego clássico. Por seu lado, os nomes trazem consigo, tal como a própria «lógica», uma visão específica, uma cartografia particular da realidade e dos seus amplos horizontes.”
George Steiner, A Ideia de Europa,2005, trad. Mª de Fátima St. Aubyn, Ed. Gradiva, pp.38-39
8.2.12
2.2.12
Semana Cultural - ECB 2012
No dia 22 de março, pelas 17h 15m, terá lugar, no CCGS, mais um Café Literário, em torno do livro Jerusalém, de Gonçalo M. Tavares e para o qual estão, desde já, convidados todos os interessados.
1.2.12
O amor aos livros
28.1.12
"Se Isto é um Homem"

A propósito do post anterior, oportunamente colocado pela Luísa, recomendo a leitura de "Se Isto é um Homem", de Primo Levi.
O autor, licenciado em Química, nasceu em Turim em 1919 onde morreu em 1987, provavelmente por suicídio. Por ser judeu foi preso e deportado, primeiro, para o campo de concentração de Fòssoli e, posteriormente, para Auschwitz, onde foi libertado por soldados russos em fevereiro de 1945.
O horror que ai viveu nunca o abandonou. Este livro é o registo lúcido e cru da experiência extrema, da terrível desumanização dos campos de concentração, sobretudo no que se refere às relações entre vítimas.
"Nesse contexto de deterioração humana, dissolvem-se os parâmetros de bem e de mal, de certo e de errado, de justo e injusto; o homem não pensa e não julga, só age, indiferentemente, como um “instrumento do mal”, ou seja, nessa situação extrema e perversa o homem é, ao mesmo tempo, vítima e instrumento do mal." (L. Correa)
Se Isto é um Homem
Vós que viveis tranquilos
Nas vossas casas aquecidas
Vós que encontrais, regressando à noite
Comida quente e rostos amigos:
Considerai se isto é um homem,
Quem trabalha na lama
Quem não conhece paz
Quem luta por meio pão
Quem morre por um sim ou por um não.
Considerai se isto é uma mulher,
Sem cabelos e sem nome
Sem mais forças para recordar
Vazios os olhos e frio o regaço
Como uma rã no inverno.
Meditai que isto aconteceu:
Recomendo-vos estas palavras.
Esculpi-as no vosso coração
Estando em casa, andando na rua,
Ao deitar-vos e ao levantar-vos;
Repeti-as aos vossos filhos.
Ou então que se desmorone a vossa casa,
Que a doença vos entreve,
Que os vossos filhos vos virem a cara.
((Primo Levi)
Em memória do Holocausto
Algumas ações não são egoístas
27.1.12
A Tourada
Entretanto, para os alunos que me têm perguntado se gosto de touradas, a minha resposta é «Sim.... mas destas.» Ora reparem na bravura deste touro, na elegância deste cavalo e na coragem deste toureiro.
23.1.12
Haverá algo de errado com esta publicidade?
18.1.12
Debate pela Liberdade
9.1.12
Parlamento dos Jovens no ECB

Decorreu hoje no ECB uma sessão/debate no âmbito da atividade proposta pela Assembleia da República às escolas - Parlamento dos Jovens - dinamizada pelo deputado Pedro Pimpão, destinada aos alunos do ensino secundário e subordinada ao tema "Redes sociais: participação e cidadania".
No dia 16 de janeiro vai decorrer o ato eleitoral, disputado entre cinco listas. No dia 18 tem lugar a Sessão Escolar que irá eleger os representantes do ECB no Parlamento Regional.
6.1.12
Uma definição de Filosofia
Com isto, admitamos que hoje todos vós sois crianças e que se encontram neste preciso local, uma vez que a vossa curiosidade problematizou, filosoficamente, o conceito FILOSOFIA. Perante tal problematização, e tal como faríamos com a criança e o céu, ao invés de incerta e cientificamente vos definir Filosofia, irei cuidadosamente caracterizá-la para que a entendam melhor.
Pois bem, vamos tentar então entender esta tão polémica questão que envolve o conceito de Filosofia subordinado a uma ideia falaciosa da sua insignificância.
A Filosofia é uma atividade que exige sentido crítico, por parte de quem a faz ou a tenta fazer, baseando-se na adoção de uma atitude problematizadora perante as várias ideias que nos são transmitidas pelo “mundo lateral” por forma a compreendê-las - isto é, a Filosofia é a atividade que procura estudar e compreender cuidadosa e imparcialmente determinadas ideias, com a finalidade de não só determiná-las verdadeiras ou falsas, mas como também entender a sua natureza. Assim, a atividade filosófica, tal como já referi, exige uma tomada de posição - um sentido crítico - que, quando defronte uma ideia menos plausível ou infundada, se parte para a problematização da realidade adjacente a essa ideia por forma a percebê-la melhor e deste modo chegar a conclusões proveitosas. Deste modo, estamos a conhecer o problema inerente a essas ideias e por conseguinte uma solução, criando, assim, uma conceção original e da nossa autoria sobre essa determinada ideia.
Pedro Constantino, 10.º C
27.11.11
A Solidariedade
Mas é preciso que a solidariedade não signifique caridade humilhante ou afirmação de uma qualquer supremacia social. A entreajuda supunha uma igualdade fundamental entre os membros da comunidade. Muitas atividades que se exercem sob uma falsa ética da solidariedade escondem negócios inconfessáveis, boa consciência (do estado e dos indivíduos) adquirida a baixo preço, álibis de uma «economia social» que, afinal, não transforma minimamente a economia real geradora das desigualdades que a primeira procura reduzir.
Imagens do Google: «solidariedade» e José Gil.
25.11.11
Uma sugestão musical
Principalmente para os meus alunos que me têm dado a conhecer os seus gostos musicais e, assim, ajudado também a descobrir alguma boa música contemporânea. Uma interpretação surpreendente da Gnossiene nº1, de Erik Satie, pelos Triste Sire, http://www.tristesire.com/menu.html
Uma interpretação tradicional desta obra de Satie, pode ser escutada em http://www.youtube.com/watch?v=PLFVGwGQcB0
Vale a pena conhecer também as Gymnopedies (1, 2 e 3) do Satie.
Bom fim de semana.
20.11.11
17.11.11
"Libertas Philosophica"

Os seus cinquenta e dois anos de vida dão conta de um percurso atípico do intelectual renascentista: defensor dos princípios humanistas, frequentador das cortes europeias, orador em várias universidades, protegido de reis, correligionário de protestantes e de católicos, excomungado por católicos e protestantes. A sua ligação à religião preludia a que será de Espinosa, quase cem anos depois; as suas descobertas científicas são mais arrojadas que as de Galileu Galilei ou Tycho Brahé, defendendo-as de um modo tão feroz quanto foi o seu destino.
Dotado de uma capacidade extraordinária para usar o dom que os gregos chamavam de mãe das Musas, a Memória, foi requisitado por reis e nobres. Em 1590, cansado de vaguear pelas universidades europeias e de ensinar a teoria heliocêntrica, que na época mais ninguém se arriscava a propalar, aceitou o convite do nobre veneziano Giovanni Mocenigo para regressar a Itália, com a condição de o iniciar na arte da mnemotécnica (ou seja, a arte de desenvolver a memória). Porém, temendo que a avareza do seu aluno empregasse os seus ensinamentos nas más obras, recusou-se a fazê-lo. Por vingança, o seu discípulo aprisionou-o num quarto e denunciou-o ao Santo Ofício. Apesar dos dez anos de prisão, tortura e apresentação de provas em sua defesa, jamais renunciará aos princípios que defendia, e será condenado à morte na fogueira, sob a acusação de heresia.
Se defendia que os mundos eram infinitos tal como o seu criador, que Deus não é transcendente, mas imanente às coisas, que a Revelação não serve de prova científica, ou se defendia o heliocentrismo e a existência de vida inteligente noutros planetas, o Tribunal do Santo Ofício foi mais astuto e condenou-o por magia e bruxaria. No entanto, o filósofo italiano não era um mago. Munido de um espírito insaciável, cruzou a ciência e a razão com o misticismo e a fé, não segundo os ditames da época, mas rememorando ideais perdidos no esquecimento da história: peregrinando solitariamente por uma trama de caminhos cruzados entre o neoplatonismo e o hermetismo (conjunto de ensinamentos oriundo do Antigo Egipto que prestavam fidelidade ao deus da escrita e da medicina, Toth). A sentença do Tribunal concretizou-se a 17 de Fevereiro de 1600, no Campo di Fiori, em Veneza.
De Giordano Bruno não restaram muitas obras, pois a maioria foi acrescentada ao Índex, mas o princípio que perseguiu durante toda a vida perpetuou-se - Libertas philosophica - o direito de pensar, sonhar e filosofar.
Passados 402 anos da morte de Giordano Bruno, a humanidade, representada pela Unesco, em prol da defesa da liberdade de expressão e do pensamento racional, pode pôr em ato a "libertas philosophica" tão propalada pelo filósofo italiano.
16.11.11
Será possível fazer alguma coisa que não seja por interesse próprio?
Em 2002, a Unesco definiu a terceira quinta-feira do mês de novembro para se assinalar o Dia Mundial da Filosofia, a fim de valorizar a importância do pensamento crítico e dialógico numa sociedade cada vez mais global. Este ano, comemora-se a 17 de novembro o Dia Mundial da Filosofia e, por isso, este post pretende, mais do que comemorar o que quer que seja, ser um incentivo ao filosofar.
___________________________________________________________________________________
Desafio:
Considerando que um enigma filosófico pode servir de alimento são a uma mente sedenta pelo saber, lê o texto que apresentamos, extraído da obra de Peter Cave, Duas vidas valem mais que uma?, que tem como principal objetivo confrontar os leitores com 33 enigmas filosóficos, perante os quais nenhuma mente desperta fica indiferente.

- Teria feito isto, se não fosse um mandamento de Cristo?
- Sim.
- Porquê?
- Porque eu fiquei condoído com a condição miserável do velho e agora a minha esmola, por lhe ter dado algum alívio, também me aliviou.
A moral que se tira muitas vezes dessas histórias é que nunca agimos sem ser no nosso próprio interesse. É verdade que por vezes ajudamos os outros, mas isto é só para aliviar o nosso desconforto em os ver no desconforto e é o que acaba por nos motivar.
8.11.11
Orientações para o teste intermédio e exame final
2.11.11
Teremos ou não a obrigação ética de ajudar os mais pobres? II

22.10.11
Dos ares da Serra com Wim Mertens
Imagens da Serra dos Candeeiros, captadas em Fevereiro de 2009, perto da localidade de Arrimal, concelho de Porto de Mós, Portugal, acompanhadas ao piano e voz por Wim Mertens, sobre tema denominado 'Geräusch', do álbum 'Der heisse brei', editado em 2000. Este artista atuou no cineteatro de Alcobaça há cerca de dois anos. (vídeo do youtube)