Provébios Populares
" [Suponha] o caso seguinte: alguém tem em seu poder um bem alheio que lhe foi confiado em depósito pelo seu dono, que entretanto faleceu sem que os seus herdeiros saibam nem possam vir a saber nunca desse depósito.
(...) O possuidor desse depósito, exactamente nessa altura, caiu na ruína total, vendo a sua família, mulher e filhos aflitos e cheios de privações, e sabe que ao apropriar-se do depósito poderia livrar-se de privações num abrir e fechar de olhos.
Além disso, suponhamos que o nosso homem é filantropo e caritativo, enquanto os herdeiros são ricos e egoístas, e de tal modo gastadores que, acrescentar o depósito à sua fortuna seria como atirá-lo directamente ao mar."
I. Kant, Sobre o lugar comum: isso pode ser correcto em teoria, mas não vale na prática, AK, VIII, 286-287 (texto adaptado)
2 comentários:
Entregamos o dinheiro como forma de honestidade ou ficamos com ele? É uma boa questão! A professora Graça já nos tinha proposto este problema. Se eu fosse o senhor, ficava com o dinheiro e ajudava a família!
Olá Margarida,
... Mas nesse caso estavas a apoderar-te de algo que não era teu.
Será que o facto de passarmos necessidades, nós e a nossa família, nos autoriza a ficar com aquilo que não é nosso?
...Mesmo que ninguém venha a sabê-lo e que nós saibamos aplicá-lo melhor que os legítimos donos?
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