" (...) Tal como o facto de toda a gente fazer o mesmo não torna uma acção correcta, também o facto de ninguém, ou quase, praticar uma acção a torna incorrecta. Suponhamos que na comunidade esquimó onde toda a gente tem por tradição colocar os idosos na rua durante as noites de Inverno, alguém decide confortá-los, acarinhá-los e ajudá-los a passar o melhor possível os seus últimos dias de vida, à semelhança do que se faz na nossa sociedade. O facto de esta acção ser apenas praticada por um membro da comunidade torna-a errada? A resposta, claro, é não. Uma forma de conduta rara não é necessariamente uma forma de conduta errada. Muitas das práticas hoje comuns na sociedade ocidental começaram por ser defendidas e praticadas por um número muito restrito dos seus membros e só com o tempo ganharam aceitação geral. A conclusão a tirar é óbvia: a popularidade (ou a sua ausência) não é suficiente para decidir se uma acção é ou não correcta. A acção ou prática pode ser boa ou má, correcta ou incorrecta, mas não certamente por toda a gente proceder ― ou não ― dessa maneira. (…)"
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Álvaro Nunes, "Toda a gente faz o mesmo", Parte II
(Texto adaptado)
Imagem: Google Imagens
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