“Não há nada pior do que darmo-nos conta de estarmos a sabotar com os nossos próprios actos aquilo que na realidade queremos ser…
Porque – de onde vêm os remorsos? Para mim é claríssimo: da nossa liberdade. Se não fôssemos livres, não poderíamos sentir-nos culpados (nem orgulhosos, evidentemente) de nada e evitaríamos os remorsos. (…)
Responsabilidade é saber que cada um dos meus actos me vai construindo, inventando. Ao escolher aquilo que quero, vou-me transformando pouco a pouco. Todas as minhas decisões deixam a sua marca em mim antes de as deixarem no mundo que me rodeia. E, evidentemente, depois de aplicada a minha liberdade de ir-me construindo um rosto, já não posso assustar-me com o que vejo ao espelho quando me olho… Se ajo bem ser-me-á cada vez mais difícil agir mal (e inversamente, por infelicidade): assim, o ideal é irmos apanhando o vício… de viver bem. (…)
(…) o que interessa à ética, o que constitui a sua especialidade, é como viver bem a vida humana, a vida que decorre entre seres humanos. Se não soubermos como arranjar-nos para sobreviver frente aos perigos naturais, perderemos a vida, o que é, de certeza, muito aborrecido; mas se não fizermos ideia do que seja a ética, o que perdemos e desperdiçamos será a humanidade da nossa vida, e isso, francamente, também não tem graça nenhuma.”
Savater, Fernando, Ética para um jovem, Editorial Presença, Lisboa, 1995, pp. 74, 77 e 82.
Porque – de onde vêm os remorsos? Para mim é claríssimo: da nossa liberdade. Se não fôssemos livres, não poderíamos sentir-nos culpados (nem orgulhosos, evidentemente) de nada e evitaríamos os remorsos. (…)
Responsabilidade é saber que cada um dos meus actos me vai construindo, inventando. Ao escolher aquilo que quero, vou-me transformando pouco a pouco. Todas as minhas decisões deixam a sua marca em mim antes de as deixarem no mundo que me rodeia. E, evidentemente, depois de aplicada a minha liberdade de ir-me construindo um rosto, já não posso assustar-me com o que vejo ao espelho quando me olho… Se ajo bem ser-me-á cada vez mais difícil agir mal (e inversamente, por infelicidade): assim, o ideal é irmos apanhando o vício… de viver bem. (…)
(…) o que interessa à ética, o que constitui a sua especialidade, é como viver bem a vida humana, a vida que decorre entre seres humanos. Se não soubermos como arranjar-nos para sobreviver frente aos perigos naturais, perderemos a vida, o que é, de certeza, muito aborrecido; mas se não fizermos ideia do que seja a ética, o que perdemos e desperdiçamos será a humanidade da nossa vida, e isso, francamente, também não tem graça nenhuma.”
Savater, Fernando, Ética para um jovem, Editorial Presença, Lisboa, 1995, pp. 74, 77 e 82.
2 comentários:
Olá
Está muito bom!
Parabéns
Olá Elisa,
Obrigada pelas suas palavras, em nome de toda a equipa.
cumprimentos
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